quarta-feira, 30 de julho de 2014

Número de pastores candidatos cresce 40% nestas eleições

Charge via Reino em Movimento
Charge via Reino em Movimento
Gil Alessi, no UOL
As eleições deste ano contarão com 270 candidatos que se declararam pastores, um crescimento de 40% com relação ao pleito de 2010 –quando 193 pessoas disseram ocupar o cargo. Além disso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) registrou a candidatura de 32 bispos (25% a menos do que em 2010) e 16 padres (30% a menos).
O PSC lidera a indicação de sacerdotes: são 37 clérigos evangélicos –um deles é o pastor Everaldo, que disputa a presidência da República pelo partido. Nas últimas pesquisas Datafolha e Ibope, ele estava em quarto lugar com 3% das intenções de voto.
Os partidos de esquerda lideram as indicações de párocos católicos: o PT conta com cinco padres, e o PC do B, com três. Nenhum candidato adotou o termo rabino ou imã.
A população evangélica do país cresceu 61,5% em dez anos e atingiu a marca de 42,3 milhões de fiéis, cerca de 22,2% da população brasileira, segundo dados do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado em 2012.
O voto evangélico é cortejado tanto pelo partido da presidente Dilma Rousseff (PT), quanto por seu principal adversário na disputa, o tucano Aécio Neves. Atualmente a bancada evangélica na Câmara Federal tem 66 parlamentares.
Nesta semana quinta-feira (31), a presidente deve participar da inauguração do Templo de Salomão da Igreja Universal do Reino de Deus. O local tem 74 mil metros quadrados de área construída (3,2 vezes maior a Basílica de Aparecida), o equivalente a 18 andares de altura e capacidade para 10 mil pessoas.
Durante as eleições presidenciais de 2010 a questão do aborto entrou na pauta dos candidatos. José Serra (então candidato do PSDB à Presidência) e seu vice, Índio da Costa (DEM), insinuaram que Dilma seria defensora da prática.

Propaganda no templo

No último dia 18, o pastor Everaldo participou de um culto evangélico em Brasília eintercalou orações e promessas para o futuro do país. A lei eleitoral proíbe a realização de campanha dentro de templos religiosos.
Se configurado o descumprimento da regra, o candidato pode ser multado por propaganda irregular. Os valores vão de R$ 2.000 a R$ 8.000. O candidato negou que tenha feito campanha. (Com Estadão Conteúdo)

domingo, 27 de julho de 2014

Tatuagens e biologia: por que a tinta fica pra sempre na pele?

  (Foto: Flickr/CreativeCommons)
publicado na Revista Galileu
Você já sabe que fazer tatuagem não é uma decisão simples – embora haja quem finja que sim – porque, uma vez marcada a pele, não há mais volta. Existem técnicas a laser que ajudam a apagar tatuagens, mas a verdade é que e um procedimento complicado, que tem riscos e que é bem mais complexo do que fazer a tatuagem em si.
Mas afinal, o que é uma tatuagem e por que ela fica na pele? 
De acordo com o vídeo, a agulha com tinta penetra a epiderme – a parte superficial da pele – e deposita a tinta na derme, a camada embaixo da epiderme, que contém vasos sanguíneos e nervos.
Cada picada da agulha é uma ferida, à qual o corpo reage iniciando um processo inflamatório. Isso significa que o corpo vai enviar células do sistema imune para o local da ferida, e células especiais chamadas macrófagos vão ‘comer’ a tinta pra tentar limpar a inflamação causada por ela. O que sobrar acaba absorvido por células chamadas fibroblastos, que ficam na derme para sempre.
Se você precisar remover a tattoo com um laser, os raios vão romper os fibroblastos em pedaços menores, que então serão reabsorvidos pelo seu corpo, apagando o desenho. Mas o processo fica mais difícil dependendo da cor da tatuagem – tinta preta é a mais fácil de ser removida, por exemplo.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

42 fotos de trás das câmeras que mudará a forma como você olha para os filmes

Salve pessoal, tudo tranquilo?
Nunca mais havia trazido série de fotos e posts com esse tipo de material, não é? Mas hoje trouxe um material que todo cinéfilo ou curioso da 7ª arte iria curtir olhar – ou não. Trata-se de imagens de bastidores de gravações ou cenas sem adesão de efeitos especiais ou simplesmente flagras interessantes sobre o que acontecia enquanto as câmeras estavam paradas.
Atores como Johnny Depp, Leonardo Di Caprio, Uma Thurman, Lucy Liu, Heath Ledger, Bill Murray, John Travolta e Bruce Willis e diretores como James Cameron, Steven Spielberg e George Lucas são vistos entre descontração, ensaios e brincadeiras. Divirtam-se com estes registros e, quem sabe, boa sessão em seguida:

1 – Star Wars: O Império Contra-Ataca – Carrie Fisher e Peter Mayhew mostrando que a Princesa – Leia e o Chewbacca são melhores amigos.
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2 – Kermit e Piggy visitam Mark Hamill e Yoda no set do distante planeta Dagobah, da série Star Wars.
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3 – As gêmeas Lisa Burns e Louise Burns do filme O Iluminado.
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4 – O director Stanley Kubrick tirando uma selfie com sua filha, enquanto Jack Nicholson olha eles tirando a foto.
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5 – Os Muppets, o filme
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6 – Johnny Depp e Winona Ryder no set de Edward – Mãos de Tesouras
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7 – Titanic
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8 – Ainda em Titanic, o diretor James Cameron provando que a Rosa poderia ter saldo o Jack.
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9 – O “dono” da clássica Fantástica Fábrica de Chocolate
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10 – Hannibal Lecter desfrutando de algo entre as gravações.
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11 – Uma Thurman e Lucy Liu demonstrando grande amizade em Kill Bill Volume 1.
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12 – Diretor Steven Spielberg dando um banho no E.T. no set de seu filme.
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13 – Leonardo di Caprio fazendo uma pausa do ponto de vista do diretor.
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14 – Heath Ledger treinando a última cena do Coringa no filme Batman: O Cavaleiro das Trevas
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15 – Coringa de Heath Ledger sem maquiagem
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16 – Bill Murray no set de O Fantástico Senhor Raposo ou Raposas e Fazendeiros
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17 – Filmagem do clássico “roar” do leão da MGM
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18 – R2D2 dando uma pausa para lanchar no set de Star Wars
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19 – Chewbacca sendo flagrado
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20 – Gravação do clássico japonês Godzilla
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21 – Set com as miniaturas do filme De Volta para o Futuro
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22 – Rupert Grint, Daniel Radcliffe, Alan Rickman, Mike Newell provando que Harry  and Snape realmente se deram bem em Harry Potter e o Cálice de Fogo
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23 – Ainda em Harry Potter, os inimigos Voldemort e Dumbledore provando que são amigos quando as câmeras não estão gravando
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24 – Diretor Joss Whedon com seus Vingadores
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25 – Kirsten Dunst provando que existia tecnologia no filme de Maria Antonieta 
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26 – Gandalf e seus dublês em Senhor dos Anéis
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27 – Diretor Steven Spielberg literalmente na boca de sua criação em Tubarão
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28 – Gandalf (Sir Ian McKellen) protegendo-se da chuva no set de Senhor dos Anéis
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29 – Set do filme Spartacus. Vítimas? Não não, eles estavam relaxando entre as gravações.
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30 – Diretor George Lucas e o ator Amrish Puri fazendo uma pausa durante as gravações de Indiana Jones e o Templo da Perdido
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31 – Set de Star Wars
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32 – Ensaio do clássico Cantando na Chuva
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33 – Como foram feitos os efeitos do T-Rex de Jussaric Park III
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34 – Atriz Maggie Smith descansando entre as gravações de Harry Potter, incrivelmente ela estava fazendo quimioterapia durante as gravações.
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35 – Mais uma do set de Star Wars, desta vez do Retorno do Jedi
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36 – Set do filme As Aventuras de Pi
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37 – John Travolta e Bruce Willis em um momento de descontração nas gravações do filme Pulp Fiction
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38 – Como foram realizados os efeitos especiais do filme Inception – A Origem
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39 – Diretor Joel Coen no set do filme O Grande Lebowski
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40 – Por trás das câmeras do clássico O Mágico de Oz
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41 – Robert De Niro brincando com a claquete em Touro Indomável
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42 – Diretor Zack Snyder com o gigante Leonidas, personagem interpretado pelo ator Gerard Butler.
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sábado, 19 de julho de 2014

Personal trainer garante que adotar hábitos ‘de homens’ ajuda a emagrecer

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Publicado no Extra
Coma como um homem. Esse é o conselho do personal trainer e especialista em dietas americano Jim White a todas as mulheres que querem emagrecer. Em um artigo publicado na revista “Fitness Magazine”, ele defende que adotar hábitos alimentares masculinos — como trocar drinks por cerveja e dispensar produtos light em prol de opções mais gordurosas — pode ser bastante favorável à boa forma feminina.
Segundo White, sete regras explicam o fato de os homens estarem sempre comendo e, mesmo assim, perderem peso com mais facilidade do que as mulheres.
— A abordagem é bem interessante, porque ele se baseia nos princípios da nutrição. A questão é que muito do que ele coloca não é, necessariamente, um hábito masculino. Comer de três em três horas, por exemplo, é um padrão mais das mulheres do que dos homens — comenta a nutricionista Natália Eudes, doutora em nutrição pela Universidade de São Paulo.
De acordo com a especialista, os pontos listados por White realmente podem ajudar no emagrecimento. No entanto, ela faz ressalvas:
— Ele diz que a cerveja é inibidora da fome, mas não vemos isso na prática. O consumo de bebida alcoólica em pequenas quantidades, seja ela qual for, não atrapalha a perda de peso. O problema é o que acompanha a bebida, como uma porção de salame ou de batatas fritas.
Embora também pregue cautela com produtos light, Natália Eudes pede atenção com alimentos gordurosos na dieta. Abacate, azeite, nozes e linhaça são boas fontes de gorduras saudáveis. Além disso, as mulheres devem lembrar que os homens se beneficiam do metabolismo mais acelerado para emagrecer. O ideal é consultar um especialista antes de iniciar a perda de peso.
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domingo, 13 de julho de 2014

“No céu, todo mundo trabalha”, diz menino que inspirou “O Céu É de Verdade”

ceu1Publicado por Roberto Sadovski
Colton Burpo atende ao telefone com voz grave. Aos 15 anos, ele não é mais o garotinho que fica na memória após uma sessão de O Céu É de Verdade, drama de inspiração cristã baseado em uma experiência que ele teve aos 4 anos de idade. Em 2003, um apêndice perfurado o levou a uma cirurgia de emergência arriscada. Quando estava na mesa de operação, Colton diz que deixou seu corpo, viu seus pais em outros pontos do hospital e foi levado ao Céu, ao paraíso cristão, por Jesus. Conheceu sua irmã que morreu antes de nascer, conversou com seu bisavô, teve um vislumbre da vida do outro lado… e voltou para contar a história. “O Céu é como a Terra, todo mundo trabalha, todo mundo tem uma função”, explica, ao telefone. “Só que tudo lá é mais bonito.”
A história de Colton, narrada em fragmentos para seus pais, o pastor Todd e sua mulher, Sonja, causou problemas em sua comunidade, a pequena Imperial, no estado de Nebraska. Muitos tomaram por alucinações na mesa de cirurgia. Outros, pela vívida imaginação de uma criança de 4 anos. “Eu mesmo duvidei de minha própria fé”, confessa Todd. “Mas ele contou coisas que ninguém sabia, descreveu pessoas e situações com uma riqueza de detalhes que ele não poderia inventar.” A história se tornou um livro, publicado em 2010. Hollywood não ignorou as vendas e o enorme público-alvo em potencial, e O Céu É de Verdade, com Greg Kinnear no papel de Todd Burpo, materializou-se pelo diretor Randall Wallace (Fomos Heróis). O resultado foi um arraso: o filme faturou 90 milhões de dólares, um sucesso absoluto.
A verdadeira família Burpo, à época da publicação de O Céu É de Verdade
A verdadeira família Burpo, à época da publicação de O Céu É de Verdade
“É bizarro e assustador ver sua história ser interpretada por outras pessoas em um filme”, conta Todd, sempre bem humorado. “O livro é nossa visão do que aconteceu, já o filme conta sua própria história.” Em outras palavras, Hollywood dramatizou um recorte da vida da família Burpo e a experiência de Colton. Apesar de estar descrito em várias obras literárias, inclusive a própria Bíblia, o Paraíso cristão é, para muitos, uma metáfora, uma demonstração poderosa da força do simbolismo religioso. Não para Colton. “Eu ainda lembro de tudo claramente”, conta, tímido. “Sentei no colo de Jesus, conheci meu bisavô. Eu sei o que vi e o que vivi”. E como a descrição de Hollywood se compara com o que ele testemunhou? “Ah, eles fizeram um trabalho bacana.” Todd acrescenta: “A primeira vez que eu vi Connor Corum, que interpreta Colton aos 4 anos, foi como se estivesse vendo meu filho. Eles recriaram alguns dos momentos mais difíceis de minha vida.”
Difíceis. Igualmente fantásticos. Para quem não compartilha a fé dos Burpo, uma fantasia elaborada. Quando eu pergunto como eles acham que alguém que segue o Islamismo ou o Budismo veria o Céu, caso tivesse uma experiência como a de Colton, a resposta é supersônica. “Não sei, não posso nem imaginar”, dispara Colton. “Acho que, ver o que eu vi, é para quem acredita em Jesus e em seu amor.” Religião é, de fato, assunto complexo. Mas Todd se apressa em fugir da pregação. “Muitas pessoas tiveram experiências como a de Colton”, continua. “Muitos adultos, porém, tem medo de relatar o que viveram, justamente pelo temor em serem chamados de malucos.” O pastor conta que, após a publicação do livro, muitos o procuraram, mesmo ser compartilhar sua fé cristã, para dizer que acreditam em Colton.
Colton foi ao Céu, voltou e nem trouxe uma camiseta…
Colton foi ao Céu, voltou e nem trouxe uma camiseta…
Se, como filme, a história pode ser encarada como uma fantasia cristã, do lado de cá a família Burpo enfrentou críticas pesadas. Vários líderes religiosos atacaram a descrição nada bíblica do Paraíso feita por Colton, com Jesus montado em um cavalo colorido como um arco-íris, Maria ajoelhada ante o trono de Deus e uma vida no pós-vida não muito diferente do que temos por aqui. Já personalidades não religiosas apontam que tudo não passou de uma fantasia infantil, já que a mente de um menino de 4 anos ainda seria incapaz de discernir realidade e fantasia.
“Já ouvi todo tipo de agressão, mas também ouvi muitos testemunhos de fé”, conclui Todd. “Não posso dizer a ninguém no que acreditar. Eu mesmo demorei para fazer as pazes com minhas crenças! Mas acredito em meu filho, e acredito no que ele experimentou.” Mais de uma década depois, Colton Burpo segue a vida, um adolescente normal, nenhuma sequela nem de sua operação, nem de sua experiência fora de seu corpo. “Você então está OK, Colton?”, pergunto, no que logo sou interrompido por Todd Burpo, que brinca: “Fisicamente ele está ótimo, mas seus irmãos nunca vão dizer que ele é OK”.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Seis ações que vão te ajudar a dizer não

“As razões para dizer esse “sim” na hora errada são as mais variadas possíveis. Sentimos uma espécie de necessidade de ser sempre solícitos e agradáveis”
publicado no Administradores
Você já se deu conta de quantos “sim” você diz quando sua vontade real é dizer “Não”? Quando isso acontece, acabamos experimentando uma profunda sensação de desgosto, de raiva, de frustração e de irritação conosco mesmo. Mesmo assim, é difícil aprender. E isso acaba se transformando em um grande ladrão de tempo em nossas vidas. E, pior do que isso, nos mantém reféns da esfera das circunstâncias.
As razões para dizer esse “sim” na hora errada são as mais variadas possíveis. Sentimos uma espécie de necessidade de ser sempre solícitos e agradáveis. Fazemos nossa parte para manter nossas amizades. Temos medo de decepcionar as pessoas. Um outro motivo muito comum é o medo de assumir o controle da situação: quando respondemos “sim” às demandas alheias, nos calamos diante de nossas próprias decisões.
Não importa os motivos. Cada um tem os seus – mas quando respondemos de forma positiva a uma resposta que merecia ou deveria receber um ”não”, estamos terceirizando nossa administração pessoal. Isso é grave.
Dizer “não” não é simples! É preciso assertividade, certeza do que é importante, coragem mas principalmente respeito ao seu próprio tempo! Para ajudar, selecionei 6 dicas que podem fazer com que você pense melhor antes de dizer “sim” para tudo:
1) Nunca se acanhe em dizer não – Você não precisa ser bonzinho para os outros nem parecer sempre disponível. Na verdade, todo mundo tem problemas em dizer não. A capacidade de dizer essa palavra costuma ser vista com admiração inclusive pela pessoa que a ouve. Ela, na verdade, gostaria de ter a mesma disciplina.
2) Não adie: vá direto ao ponto – Pode doer, mas é melhor. Atrasar a comunicação do não quando a decisão já está tomada apenas prolonga o sofrimento. Um não bem dito logo no início do processo pode poupar muitos aborrecimentos (e dores!).
3) Evite inventar desculpas ou dizer mentiras na hora de dizer o não – Se tiver uma justificativa fundamentada em fatos, você deve utilizá-la, com certeza. Mas lembre-se de que você não deve aos outros explicações nem precisa se desculpar por suas escolhas. Você está no comando! Forneça uma resposta amigável, com sorriso. E evite entrar em um debate ou discussão sobre as razões de sua decisão.
4) Use o corpo para dizer não – Quando a pessoa estiver fazendo aquele convite que você não pretende aceitar, comece a torcer o nariz, contorcer a boca e franzir a testa de forma discreta antes que ela termine de falar. Esses movimentos já dão a entender para o seu interlocutor que você não está de acordo com a proposta. Isso tornará o “não” uma palavra natural e até mesmo esperada.
5) Faça um acordo mental com você – A partir do momento que você decidiu que não quer algo, prometa para você mesmo que manterá essa posição. Essa pequena atitude reafirma para você mesmo a importância da sua resposta e evita os conflitos internos.
6) E se o não tiver de ser dito ao seu superior? Nesse caso, a melhor forma é mostrar para ele a sua lista de prioridades profissionais e deixar que ele resolva o que mais é importante. Se o que ele estiver propondo for algo pessoal (um convite para uma festa ou para uma happy hour) você terá de avaliar a situação. E dizer seu não da forma mais direta possível.

Brigas dos pais afetam até a vida amorosa dos filhos no futuro

Quando os pais brigam, os filhos vivenciam um sentimento de ameaça (foto: Getty Images)
Quando os pais brigam, os filhos vivenciam um sentimento de ameaça (foto: Getty Images)
Heloísa Noronha, no UOL
Não entrar em discussões acirradas na frente dos filhos deveria ser regra para todos os pais, mas, na prática, nem sempre é assim. Na hora em que os ânimos se exaltam, é difícil moderar a raiva e as palavras. Mesmo que tudo volte às boas depois, essas ocasiões podem deixar marcas profundas nas crianças. “Os adultos deveriam pensar sempre duas vezes antes de agir, porque a criança sempre precisa ser preservada”, afirma a psicóloga infantil Daniella Freixo de Faria, de São Paulo (SP).
De acordo com a psicóloga Susana Ório, também da capital paulista, para qualquer faixa etária sempre é muito sofrido presenciar as desavenças. “Quando os pais brigam, os filhos vivenciam um sentimento de ameaça. Os menores, de dois a quatro anos, não conseguem compreender o que está acontecendo. Por isso ao ver os pais discutindo, se sentem abandonados”, conta. A criança não entende porque os pais estão brigando, principalmente quando os assuntos têm relação com finanças ou ciúme.
Segundo a psicóloga Miriam Barros, de São Paulo (SP), especialista em terapia familiar, nessa faixa etária, a criança é muito autorreferente e acredita que todas as coisas que acontecem na família têm a ver com ela. “No caso da briga dos pais, elas normalmente acham que são culpadas”, diz. Como nessa idade os filhos ainda não têm repertório para expressar o que sentem nem capacidade de entender os problemas dos adultos, podem desenvolver sintomas físicos ou psíquicos para conseguir lidar com a tensão. O terror noturno, por exemplo, é bastante comum.
Entre cinco e oito anos, a criança já começa a entender e verbalizar o que está sentindo. É comum dizer aos amiguinhos que acha que os pais vão se separar, contar que estão brigando. “É uma fase em que a criança vai querer cuidar do pai e da mãe, pedir para que eles não briguem, pedir que se beijem… E também desejar ficar em casa para não deixar que os dois discutam”, comenta Susana, que afirma que depois dos nove anos de idade há uma percepção maior dos conflitos.
Dependendo da frequência com que as discussões ocorrem, muitas crianças chegam a comentar na escola que seria melhor que os pais se separassem, pois não suportam mais tanto estresse. “Quanto maior a criança, mais ela costuma fazer suas próprias interpretações, defendendo um ou outro de acordo com a própria opinião”, completa Luciana Barros de Almeida, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia).

Aprendizado negativo

Seja qual for a idade, porém, é fato que a criança que assiste constantemente aos embates familiares se torna mais tensa, triste, abatida e apática, o que acaba afetando, também, o rendimento escolar. A tensão familiar compromete sua visão sobre os relacionamentos amorosos entre os adultos. “Ela pode entender que a relação conjugal é algo ruim e assimilar isso para sua vida adulta”, diz Luciana.
Muitas crianças chegam a falar que não querem se casar nem ter filhos quando crescerem, numa demonstração clara de que não pretendem passar de novo pelo sofrimento que vivenciam no dia a dia.
Segundo a psicóloga Suzy Camacho, autora do livro “Guia Prático dos Pais” (Ed. Green Forest), brigar na frente dos filhos funciona como uma espécie de curso prático sobre a convivência a dois. “Há o risco de as crianças reproduzirem, mais cedo ou mais tarde, no relacionamento com os amiguinhos ou na vida adulta, os gritos, o tipo de palavreado, os gestos, as ofensas… Poucas são as que fazem o caminho oposto e evitam repetir aquilo que presenciam os pais fazendo”, declara.
As palavras que um diz ao outro podem moldar a imagem que a criança tem do pai ou da mãe. É preciso cuidado com xingamentos e termos que desqualificam. Quando o pai humilha a mãe, por exemplo, a mensagem transmitida é de que uma mulher não merece ser respeitada. E se a mãe tem mania de falar que o parceiro é folgado ou preguiçoso, a própria criança pode passar a usar essas palavras para se referir ao pai, já que as ouviu com frequência e as assimilou como verdade absoluta.

Situação sob controle

Os ânimos se exaltaram e as crianças ficaram nervosas? Respire fundo e tente acalmá-las, explicando que a discussão não tem nada a ver com elas –mesmo que o motivo seja alguma divergência no modo de educá-las. É imprescindível agir de modo que os filhos não se sintam culpados pelo ocorrido.
“E mais: peça desculpas. Fale que lamenta ter brigado com o papai ou com a mamãe e que sente arrependimento. Explique ainda que adultos às vezes perdem a paciência, porque se relacionar é difícil, mas que vocês se amam, vão resolver tudo juntos e que eles não precisam se preocupar”, declara a psicóloga infantil Daniella Freixo. “Só não tente fazer de conta que não houve nada, pois isso é cinismo e confunde a criança. Ela aprende que não pode confiar nas próprias percepções”, conta Suzy.
A forma mais sensata de poupar os filhos é mesmo conversar a sós, com tranquilidade e objetividade, e, de preferência, longe dos olhares e ouvidos das crianças. “Trancarem-se no quarto pode até ser uma forma de manter o controle para não discutirem na frente da criança. Porém, de nada adianta se os dois se exaltarem ao ponto de, do lado de fora, todos escutarem o que está sendo falado”, diz Luciana de Almeida, da ABPp.
“Ficarem sem se falar para evitar atritos também não é bom, porque mantém um clima de tensão a maior parte do tempo gerando mais ansiedade”, afirma Miriam Barros. Além disso, um período de silêncio muito longo sinaliza falta de maturidade para resolver os próprios conflitos.
Existe um jeito ideal de resolver as coisas se as crianças estiverem por perto? “Depende do assunto. Se for apropriado para as crianças ouvirem pai e mãe podem até tentar resolver, mas mantendo o respeito entre o casal. Mas a maior parte dos assuntos não deve ser discutida na frente das crianças”, explica Miriam.
Ainda que o par esteja atravessando uma crise conjugal com possibilidade de resolução, os filhos devem ser poupados. Os pais devem responder –de uma forma compreensível, claro– se os filhos fizerem perguntas, mas não é necessário se antecipar e abrir uma intimidade que eles não são capazes de absorver.
“Toda relação passa por ajustes e momentos de crise. O importante é que o casal procure, desde o início, fazer um pacto de respeito para que não magoem um ao outro nem os filhos. Dá trabalho, claro, é algo a se fazer dia a dia, mas é necessário. A família só ganha com isso”, diz Daniella.