sábado, 31 de maio de 2014

Deputado almoça com Dilma e sugere a criação do ‘Bolsa Viagra’

Dilma: bolsa o quê?
Dilma: bolsa o quê?
Lauro Jardim, no Radar on-line
Vida de candidato não é fácil.  Dilma Rousseff teve que se munir de paciência extra para aguentar uma conversa que se estendeu por longos quinze minutos, no almoço em sua homenagem oferecido pela bancada do PP.
Sabe-se lá por quê, o cerimonial botou Dilma Rousseff na mesma mesa do folclórico Sandes Junior. Lá pelas tantas, o deputado goiano deu para Dilma uma receita infalível para ajudá-la na reeleição – a criação de uma espécie de Bolsa viagra. Propôs Sandes:
-  A senhora deveria criar um programa de distribuição gratuita de medicamentos paradisfunção erétil. Não precisa ser Viagra, que é muito caro, mas escolha um genérico.
Dilma, sem graça, devolveu:
- Mas deputado, a oposição não iria estranhar?
- Que é isso, presidenta, será um sucesso.

terça-feira, 27 de maio de 2014

As crianças e as telinhas

Dr. Daniel Becker
Fonte: www.eugosto.de

“O pior brinquedo para uma criança é aquele em que ela aperta um botão e a coisa responde com uma ação qualquer. Como não há nenhum espaço para a criatividade e a fantasia, ela se cansa em minutos. E aí ela pede outro – o que é ótimo para o mercado. Os tablets e computadores, por mais “educativos” que sejam, oferecem cenários prontos, interações fechadas, limitadas. Alguns jogos são geniais, admiráveis e sem duvida pedagógicos, mas certamente muito limitados diante do mundo infinitamente belo e complexo que é a imaginação e a criatividade de uma criança.”

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Atenção, mães e pais que desejam criar filhos mais inteligentes. Pesquisas diferentes apontam na mesma direção, aquela que os sábios de todos os séculos que nos antecederam já sabiam. Não é o Baby Einstein que vai fazer seu filho mais inteligente, não é ouvir Discovery em inglês, não é CD com Mozart (nada contra!), nem brincar com joguinhos inteligentes no tablet ou no iphone ou no computador, nem ligar a TV nos programas “educativos”. O que vai fazer seu filho mais inteligente, melhor, mais humano, mais bacana é interagir com gente e livros.
A melhor estimulação para eles são as trocas afetivas diretas, a interação com o outro, os cuidados do dia a dia – banho, refeição, conversa, passeios, o brincar. E, mais tarde, os brinquedos simples e os livros, que permitem que a criança crie seu próprio universo lúdico e imaginário. Naqueles momentos preciosos em que seu filho está interagindo com você, com livros, com bonequinhos, uma casinha, uma caixa de papelão e contando uma história pra si mesmo em voz alta, pode ter certeza de que ali ele está se tornando uma pessoa melhor.
E ainda aparecem reportagens mostrando que creches mais caras do Rio, as que cobram 2.500 reais, colocam Ipads no berçário. É curioso, pois a exposição precoce às telinhas e a estimulação excessiva pelos tecnologia é exatamente uma atividade nociva para o bebê, que queremos evitar.
Temos muitos motivos para deixar nossos filhos em frente à TV ou ao computador/tablet. É nosso próprio hábito e acabamos sendo permissivos para com nossos filhos. Todos sabemos como é difícil evitar: como a vida moderna nos pressiona a deixá-los o tempo demasiado à frente da telinha. Quem tem filhos em idade escolar sabe como a pressão dos pares e da sociedade em geral faz com que esses aparelhos dominem o mundo do entretenimento, da educação, do lazer, das relações interpessoais. Mas,precisamos permitir o excesso, ou pior, expor os bebês?
É preciso, no mínimo, saber que é nocivo e desnecessário. O tempo máximo de TV/tablets recomendado pelos experts da Academia Americana de Pediatria para crianças até dois anos é  zero! No entanto, mais de 50% dos apps da Itunes Store são direcionados para crianças pequenas. Criar o hábito muito precocemente – por exemplo, oferecer um tablet a cada vez que seu filho demonstra um pouco de tédio – pode conduzir a um comportamento quase compulsivo e a uma incapacidade de lidar com a vida real, que às vezes é simplesmente tediosa. É nos momentos de tédio que as crianças tem a oportunidade de ser criativas, de usar a imaginação, de aprender a fazer companhia a si próprias e a lidar com o estar só.
O excesso pode ter conseqüências mais sérias. O tempo de telinha está diretamente ligado à obesidade (a relação é simples: quanto mais tempo, mais quilos) e às dificuldades de atenção; a TV deixa as crianças no chamado “estado passivo alfa”- onde aprendem pouco, não questionam, não refletem, apenas absorvem as mensagens publicitárias. E, em média, uma criança brasileira é submetida a 15 a 20 anúncios de junk food (comida-veneno) por dia de televisão, além de mensagens que estimulam o consumismo desenfreado, a erotização precoce, a futilidade.
O pior brinquedo para uma criança é aquele em que ela aperta um botão e a coisa responde com uma ação qualquer. Como não há nenhum espaço para a criatividade e a fantasia, ela se cansa em minutos. E aí ela pede outro – o que é ótimo para o mercado. Os tablets e computadores, por mais “educativos” que sejam, oferecem cenários prontos, interações fechadas, limitadas. Alguns jogos são geniais, admiráveis e sem duvida pedagógicos, mas certamente muito limitados diante do mundo infinitamente belo e complexo que é a imaginação e a criatividade de uma criança.

“O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.”

Madre Teresa de Calcuta


domingo, 25 de maio de 2014

21 fotos absurdas para provar que você tem a mente suja!

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publicado no Curiozo
Você, por acaso, está passeando pela internet… Olha as fotos de seus amigos em perfis de redes sociais, quando, sem mais nem menos, se depara com a imagem como a que está no topo desta página… “Crendiospai Todo Poderoso!” — é o que você pensa em um primeiro momento.
Mas depois que o ar volta e que você pode analisar essa capciosa fotografia com olhos mais calmos, é possível notar que a sua mente trabalhou de uma maneira mais rápido do que deveria e seus olhos foram enganados (ludibriados!) por uma espécie de ilusão de ótica.
E para o divertimento geral de todo mundo que aprecia uma boa imagem com “segundas intenções”, que tal conferir 21 fotos absurdas que mostram que sua mente é suja? Vamos a elas:

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A auto compreensão do professor de classe

autocompreensão
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“O professor de classe precisa ter a coragem para assumir a imperfeição, pois é só assim que o ensino se toma algo vivo, espontâneo e alegre. É isso o que as crianças querem e necessitam, assim como o ar que respiram.”

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O que vai ser dito neste capítulo a respeito do professor de classe corresponde a um ideal e, obviamente, poucos professores o atingem plenamente. Mas convém lembrar-se freqüentemente do ideal ao qual se pretende chegar e tê-lo como meta. É esse o nosso intuito. De outro lado, o professor de classe precisa ter a coragem para assumir a imperfeição, pois é só assim que o ensino se toma algo vivo, espontâneo e alegre. É isso o que as crianças querem e necessitam, assim como o ar que respiram.
Por que existe, durante tantos anos, o mesmo professor de classe? As crianças querem ser percebidas continuamente em seu desenvolvimento, durante um período bastante grande. Esse período da vida da criança deve tomar-se uma biografia na consciência do professor. O professor de classe pode recorrer a todas as ajudas necessárias. Conversas com os pais, com o médico da escola, com as euritmistas curativas, com os colegas. Conflui na consciência do professor de classe tudo o que a criança vivencia nesses sete a oito anos. O professor de dasse forma um envoltório anímico e etérico ao redor da criança cujas forças etéricas adquirirão uma certa autonomia, no início da idade escolar. Finalmente, esse envoltório resulta do fato do professor ensinar tantas matérias e assim ajudar na formação de uma imagem do mundo para a criança. Podemos dizer que ele contribui para formar, com as crianças, uma espécie de envoltório grupal da classe, o qual, de agora em diante, fará parte dessa entidade social.
O professor de classe pretende ser um espírito universal e não um especialista. Ao acompanhara classe durante sete ou oito anos, ele passará, junto com os alunos, por uma transformação significativa. As crianças percorrem várias etapas, se ele ficar sempre o mesmo, logo perderá o contato íntimo com elas.
1° ao 3° ano: O professor recebe as crianças com carinhosa preocupação, dando continuidade, no melhor sentido, às tarefas dos pais. Cria ao seu redor, um ambiente de contos de fadas e de sagas. Seu calor anímico envolve a classe. O estilo das suas narrações cria uma atmosfera de confiança ilimitada. Ele tem dentro de si as Artes, como a Música e a Pintura, ele viveu com elas e sabe como, de forma vivificante, estas atuam sobre a fantasia. A fantasia que ele desenvolveu com as crianças é, também uma linguagem, bem distante de todo o intelectualismo.
4° e 5° anos: Na medida em que cresce com as crianças, espera-se dele um conhecimento sempre mais rico sobre a natureza. Ele se esforça para entender os arquétipos do mundo, para lidar com as antigas profissões, para vivenciar a essência das plantas e animais. Ele tomará vivas, em seu interior, as personalidades dos grandes homens do passado e estará feliz quando se enriquecer graças a elas. Sua linguagem ficará mais rica e as palavras deverão transmitir todas as nuanças da vida anímica.
6° ao 8° ano: Ao chegar às últimas classes, ele dará provas de um pensar claro e de competência objetiva. Ele deverá ter conhecimentos das ciências, embora não precise ser um especialista. Mas ele poderá deixar entrever uma profundidade no pensar, que o especialista, por motivos de prudência, muitas vezes não deixa transparecer. Mas ele deverá, antes de tudo, demonstrar que conhece o mundo pela prática. As suas descrições das Ciências naturais podem chegar aos níveis dos processos de trabalho, por exemplo: as tecnologias. O professor deve submeter-se à disciplina de perceber os aspectos da vida econômica e do dinheiro e não deverá ficar alheio ao que as crianças fazem fora da escola, embora não seja necessário que ele vivencie diretamente todos os aspectos. Mas ele precisa saber quais são as influências do meio ambiente que atua sobre os alunos, e ele deverá deixar dano o que sabe.
A transição para o nível médio: O professor deve saber como acompanhar seus alunos no mundo de fora, de modo que eles consigam perceber, pelo olhar dele, a beleza e a riqueza desse mundo. Aí, ele poderá ter a coragem de não preparar o ensino nos menores detalhes, mas de aproveitara iniciativa daqueles alunos que desejam assumir essa parte. Isso significa deixar, pouco a pouco, o envoltório aconchegante que ele originalmente procurava dar às crianças. Se ele ocupa um espaço anímico excessivo, o choque no final da sua atividade pode ser muito forte e as próprias crianças começariam a demolir as barreiras que ele continua erguendo, então, a despedida pode se tomar explosiva.
Na medida que ele caminha com as crianças, as exigências em relação aos conteúdos se tomam maiores. Ele não pode saber tudo que se espera dele. Nessas condições, a economia no próprio aprendizado vem a ser uma virtude essencial. O professor de classe procurará ter, no momento oportuno, conversas com um professor do colegial, pedindo, por exemplo, que este lhe recomende um livro apropriado para lhe abrir a visão do mundo a partir do enfoque da química. Ele procurará participar de congressos de complementação pedagógica e o colegiado dos professores estará atuando, com sábia visão futura, em ajudá-lo nisso, mesmo quando ele esteja convencido de que não pode abandonar a sua classe nem por um dia. Apesar de todo apoio, enfrentará algumas épocas com bastante receio. Aí, a escola poderá eventualmente organizar uma substituição por um professor “de matéria”; mas nesse caso ele deixará de vivenciar o efeito pedagógico especial daquelas épocas, causado pelo fato de ter ministrado a mesma com grande esforço. No fim do período do professor de classe, essa solução poderá talvez facilitar a transição para o nível do ensino médio. Além disso, os próprios alunos poderão gostar de constatar, em “seu” professor de classe, o valor de um trabalho de equipe entre os professores.
Ao voltar a um primeiro ano, o professor de classe não precisa guardar na memória tudo que aprendeu nesses oito anos! Na segunda passagem, será mais fácil vivificar a matéria. É mais importante que ele esqueça certas expectativas que decorrem da sua experiência anterior, pois a nova classe certamente será bem diferente da última! E, algo que tinha dado bons resultados anteriormente, talvez não seja mais conveniente. O próprio professor amadureceu. As suas palavras atuam de uma maneira diferente. Muitos professores de classe têm feito a seguinte experiência: na primeira vez, eles receberam como um donativo aquilo que, na segunda, precisarão adquirir bem conscientemente. E, as crianças, devido à velocidade da mudança, já são de uma outra geração. Mesmo durante os oito anos, o professor deveria ter ficado em contato com outras classes, então, a “antiga classe” deixaria de ser o universo exclusivo das suas experiências pedagógicas e ele manteria a visão da escola como um todo.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Juiz volta atrás e agora considera candomblé e umbanda como religiões




Umbandistas na escadaria da ALERJ
Foto: Luiz Ackermann/16-05-2014

Umbandistas na escadaria da ALERJ Luiz Ackermann/16-05-2014

RIO - O juiz da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, reviu os fundamentos da sentença em que havia declarado que candomblé e umbanda não se tratam de religiões e sim de cultos. A mudança de postura foi anunciada no início da noite desta terça-feira (20) em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Justiça Federal do Rio de Janeiro. No texto em que admite o erro e modifica parte do conteúdo da sentença, ele afirma que “o forte apoio dado pela mídia e pela sociedade civil, demonstra, por si só, e de forma inquestionável, a crença no culto de tais religiões”.
Eugênio Rosa, que havia sido alvo de pesadas críticas pela declaração inicial, reforça que está promovendo uma “adequação argumentativa para registrar a percepção deste Juízo de se tratarem os cultos afro-brasileiros de religiões”. Em outro trecho do novo texto, ao falar sobre religiões, ele justifica que “suas liturgias, deidade e texto base são elementos que podem se cristalizar, de forma nem sempre homogênea”. Na sentença original, o magistrado havia sustentado que, para ser considerada religião, uma doutrina tem que seguir um livro-base, como o Corão ou a Bíblia, por exemplo, o que não acontecia, segundo ele, com as crenças de matrizes africanas.
Ele não muda, no entanto, o teor da sentença em si. O magistrado reitera a negativa dada na ação movida pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro que pedia retirada do YouTube de 15 vídeos considerados ofensivos à umbanda e ao candomblé. Na mesma nota, via assessoria, o juiz federal informa que “manteve o indeferimento da liminar pela retirada dos vídeos no Google postados pela Igreja Universal e esclarece que sua decisão teve como fundamento a liberdade de expressão e de reunião”.
O autor da ação movida pelo Ministério Público Federal que pedia a retirada dos vídeos de circulação, o advogado e babalorixá Márcio de Jagun, recebeu bem a notícia. Para ele, a sociedade civil mostrou sua união e as religiões de matriz africana demonstraram que “têm força não apenas social, mas também política”. Ele ponderou, no entanto:
- O reconhecimento do erro é sempre bem-vindo, mas o ideal é que ele não fosse resultante especificamente da pressão popular e que o Poder Público reconhecesse a cultura nacional como parte de seus instrumentos. E, sabemos, a religiosidade é sempre parte da cultura. Mais felizes nós ficaríamos se ele reconhecesse que os vídeos deveriam ser retirados.
Segundo Márcio de Jagun, o ato público marcado para as 17h desta quarta-feira (21), na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, para discutir a postura judicial, não será desmobilizado em função da mudança de postura do juiz. A intenção, agora, segundo os organizadores do evento, é avaliar as melhores formas de agir para que os vídeos sejam suspensos do YouTube.

domingo, 18 de maio de 2014

A beleza dos ofícios manuais


Fonte:Revista Veja
Um certo senhor Diouf escreveu para seu filho, aconselhando-o a evitar a todo custo as profissões manuais. Havia que escolher trabalhos puramente intelectuais. A curiosidade da carta é datar do tempo dos faraós, ou seja, o preconceito não é de hoje.

Em todas as sociedades, trabalhar com as mãos tem menos status. Mas, nos países avançados, isso não inibe o vicejar de operários, artífices e artesãos altamente qualificados, orgulhosos do que fazem. São exemplos de profissionalismo e competência. Uma das marcas das sociedades avançadas é a valorização desses ofícios e a afinidade com a sociedade tecnológica. Aliás, a Revolução Industrial foi feita por mecânicos, mostrando a convivência da criatividade com as mãos.

Lamentavelmente, o Brasil recebeu duas cargas negativas. Herdamos da Península Ibérica o desamor por trabalhos manuais. E tivemos a escravidão, criando uma clivagem radical e proclamada entre as ocupações manuais, para os escravos, e as outras, nas quais não se sujam as mãos.

fckNos países avançados, trabalhar com as mãos não inibe o vicejar de operários, artífices e artesãos altamente qualificados, orgulhosos do que fazem" No século XIX, a imigração da Europa continental começou a mudar esse panorama. Mas o grande empurrão veio do Senai, criado em 1942 e moldado em modelos alemães e suíços. Graças a ele, não travou a nossa Revolução Industrial — aliás, muito respeitável para um país que não produzia nem palito. Demos um salto.

Infelizmente, os novos ventos não têm sido favoráveis. Aparecem ocupações charmosas, sobretudo. na informática e nos serviços. O aumento no nível de escolaridade da nova geração coloca-a muito próxima das lantejoulas do ensino superior, cujas vagas deram um enorme salto. Com isso, e mais algumas coisas que não sabemos, au-claudio de moura "lenta a rejeição às ocupações tradicionais, como castro é economista marceneiro, caldeireiro ou eletricista e, pior, àquelas ligadas à construção civil. Nos cursos do Senai, há vagas não preenchidas nessas ocupações. Há evasão durante o curso e pouco interesse em trabalhar no ofício aprendido.

Participei de uma feira de ocupações, visitada por 10000 alunos do ensino médio. Ali estavam as faculdades locais e outros empregadores cobiçados. Minha missão era falar dos ofícios manuais qualificados. Ao iniciar a sessão, o auditório teria dois terços da capacidade — já prenunciando o desinteresse. Fiz todas as gracinhas que sei, demonstrei o uso de plainas, falei da beleza e do prazer de fazer com as mãos. Falei da criatividade e dos desafios intelectuais. Ao terminar, uma hora depois, de jovens, havia apenas três moças. Os outros escapuliram durante a apresentação. Nem uma só pergunta. Vá lá que eu tenha sido um canastrão chato. Mas saírem quase todos? 

O resultado dessa rejeição é o chamado "apa-gão da mão de obra". Pesquisas recentes mostram que se concentra nesses ofícios. E nas engenharias, por razões diferentes. De fato, as empresas se queixam de que falta gente qualificada, sobretudo, na construção civil. As maiores conseguem capengar com um ou outro profissional competente. As menores improvisam — mal. E quem precisa de alguém para reparar o cano, o fio ou o armário encontrará pessoas que não sabem nada de nada, além de terem hábitos de trabalho caóticos. A escassez de mão de obra qualificada deve ter parte da culpa pela estagnação da nossa produtividade.
O outro aspecto, inevitável, é que, diante da escassez, os salários para essas profissões cresceram muito, tornando as empresas menos competitivas. Valeria a pena pagar o preço se esse incentivo atraísse jovens a essas profissões. Contudo, os aumentos não trazem nem alunos nem quem queira trabalhar nelas. Na época da criação do Senai, grandes industriais, como Roberto Simonsen, viram a falta de mão de obra qualificada como um impedimento ao nosso avanço. Criar uma instituição capaz de mitigar essa escassez foi então uma das batalhas vencidas pela indústria brasileira. Tenho a impressão de estarmos diante de um desafio da mesma ordem de magnitude.
O que fazer? Neste momento, o mais importante é aceitar que há um problema sério, não apenas uma flutuação conjuntural. Quando isso acontecer, as soluções aparecerão. O lado bom é que a CNI começa a despertar para o problema.

Por CLAUDIO DE MOURA CASTRO, economista

terça-feira, 13 de maio de 2014

Falar palavrões (com moderação) faz bem à saúde, mostra estudo

Pesquisa da Universidade Keele, no Reino Unido, mostra que palavras mal-educadas nos ajudam a administrar emoções
foto: CC/ Floyd Brown
foto: CC/ Floyd Brown
Publicado no Virgula
Mães e pais deveriam pensar duas vezes antes de lavar a boca de seus filhos com sabão por conta de palavrões. Um estudo conduzido pelo psicólogo Richard Stephens, professor na Universidade Keele, no Reino Unido, mostra que soltar palavras mal-educadas de vez em quando faz bem à saúde. As informações são do jornal The Mirror.
De acordo com a pesquisa, pequenas doses de palavrão ajudam as pessoas a controlar suas emoções e a administrar a dor. O estudo foi composto por uma série de experimentos. Em um deles, Stephens fez com que pessoas jogassem, entre si, videogames de tiro.
“Os jogos fizeram com que as pessoas ficassem mais agressivas, portanto sua linguagem ficou mais emocional, e elas xingavam. Isso explica os palavrões e os torna mais aceitável”, explicou o psicólogo.
“Nós queremos utilizar palavrões que são tabu quando nos emocionamos. Nós crescemos sabendo o que são essas palavras. Utilizá-las quando estamos emocionados pode ajudar a nos sentirmos mais fortes. Alguma palavras são mais tabu que outras, mas os efeitos podem ser maiores se as palavras usadas forem mais fortes”, acrescentou.
Recentemente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, proibiu palavrões em livros, jornais, filmes, shows e na TV em seu país. A lei despertou controvérsias no mundo todo.

domingo, 11 de maio de 2014

MÃE!


O QUE A MÃE É...
Texto de Roberto Faria.
MÃE É CHEIRO. De creme hidratante, alho descascado, roupa lavada que secou no sol. Café recém-passado, fumaça do fogão a lenha, terra revirada no jardim, sabonete de erva-doce do banheiro de visitas, perfume guardado no fundo do armário para dia de festas.
Mãe são mãos. Que cortam o bife, fazem carinho nas costas pra dormir, desembaraçam o cabelo, espremem a farpa na sola do pé, ameaçam “vocês-vão-ver-só” com o chinelo, estapeiam a roupa pra limpar a sujeira que ficamos depois de brincar no chão.
Mãe é engraçada. Muda o jeito como chama a gente dependendo se está feliz ou brava, conversa com pessoas estranhas no mercado como se as conhecesse a vida toda, tem uma parte molinha no braço que gostamos de balançar (mas ela fica brava), inventa dramas só pra pôr medo na gente (por exemplo: não pode chupar bala redonda porque morre engasgado).
Mãe é ocupada. Acorda antes de todo mundo, carrega uma bolsa que é mistura de cartola mágica com buraco negro e, enquanto o pai só trabalha e lê jornal, ela trabalha, lê jornal, faz a comida, leva na aula, costura a calça rasgada, pinta a unha, leva no médico, fala no telefone com as tias, vai na reunião da escola, desentope pia, conversa, reclama, arruma, ouve, briga, ensina, beija e ainda conta histórias.
Mãe tem sempre razão. Até finge que concordou, mas dá um jeito de fazer a coisa do jeito que ela. Bate boca com quem fala mal dos filhos dela (porque só ela pode brigar com eles), Sabe como tudo deveria ser feito, e, por isso, ela é quem manda.
Mãe é uma força da natureza, que nem gravidade, vento, placas tectônicas. É muito maior que nós. Mesmo se a gente esquece disso, mesmo se acha que não precisa mais, mesmo se ela já partiu... de algum jeito, a mãe continua aqui. Na melhor parte do que somos. Nas verdades que aprendemos. E no amor que temos para passar adiante.

Obrigado pelo texto Bianca Silveira

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Como vencer qualquer um no ‘pedra-papel-tesoura’

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Marcelo Venceslau, na INFO
Ganhar no jogo pedra-papel-tesoura não é apenas uma questão de sorte. Isso é o que sugere um estudo realizado por matemáticos da Universidade de Zhejiang, na China.
O experimento feito por Zhijian Wang e sua equipe de pesquisadores usou jogadores reais para chegar em uma teoria de sequência vencedora.
Para isso, os pesquisadores recrutaram 72 estudantes para jogar o game. Eles dividiram os estudantes em 12 grupos de 6 jogadores e os fizeram jogar mais de 300 rodadas de pedra-papel-tesoura. Para motivar os jogadores, os pesquisadores pagavam uma quantia proporcional ao número de vitórias.
Depois de analisar os resultados do experimento, Zhijian descobriu que os jogadores vencedores tendem a manter o mesmo símbolo, enquanto os perdedores tendem a trocar mais os símbolos na sequência ‘pedra-papel-tesoura’. Se o jogador perder usando papel, por exemplo, vai usar tesoura na próxima rodada.
Eis o que acontece na prática:
1ª rodada: o jogador X e o jogador Y começam a jogar usando símbolos aleatórios. Se o jogador Xusar Pedra e o jogador Y usar Papel, o jogador X perde.
2ª rodada: dessa vez, o jogador X assume que o jogador Y vai usar Papel de novo (já que ganhou), então usa Tesoura para ganhar.
3ª rodada: depois do jogador Y perder, o jogador X assume que o adversário vai usar o próximo símbolo da sequência — Tesoura, já que tinha usado Papel antes. Logo, o jogador X usa Pedra e, assim, vence de novo.
Apesar de acontecer na maioria dos casos estudados, os jogadores podem escolher os símbolos de forma randômica e os movimentos não serão tão previsíveis assim.
Teste a técnica e nos diga nos comentários se funcionou.