domingo, 11 de maio de 2014

MÃE!


O QUE A MÃE É...
Texto de Roberto Faria.
MÃE É CHEIRO. De creme hidratante, alho descascado, roupa lavada que secou no sol. Café recém-passado, fumaça do fogão a lenha, terra revirada no jardim, sabonete de erva-doce do banheiro de visitas, perfume guardado no fundo do armário para dia de festas.
Mãe são mãos. Que cortam o bife, fazem carinho nas costas pra dormir, desembaraçam o cabelo, espremem a farpa na sola do pé, ameaçam “vocês-vão-ver-só” com o chinelo, estapeiam a roupa pra limpar a sujeira que ficamos depois de brincar no chão.
Mãe é engraçada. Muda o jeito como chama a gente dependendo se está feliz ou brava, conversa com pessoas estranhas no mercado como se as conhecesse a vida toda, tem uma parte molinha no braço que gostamos de balançar (mas ela fica brava), inventa dramas só pra pôr medo na gente (por exemplo: não pode chupar bala redonda porque morre engasgado).
Mãe é ocupada. Acorda antes de todo mundo, carrega uma bolsa que é mistura de cartola mágica com buraco negro e, enquanto o pai só trabalha e lê jornal, ela trabalha, lê jornal, faz a comida, leva na aula, costura a calça rasgada, pinta a unha, leva no médico, fala no telefone com as tias, vai na reunião da escola, desentope pia, conversa, reclama, arruma, ouve, briga, ensina, beija e ainda conta histórias.
Mãe tem sempre razão. Até finge que concordou, mas dá um jeito de fazer a coisa do jeito que ela. Bate boca com quem fala mal dos filhos dela (porque só ela pode brigar com eles), Sabe como tudo deveria ser feito, e, por isso, ela é quem manda.
Mãe é uma força da natureza, que nem gravidade, vento, placas tectônicas. É muito maior que nós. Mesmo se a gente esquece disso, mesmo se acha que não precisa mais, mesmo se ela já partiu... de algum jeito, a mãe continua aqui. Na melhor parte do que somos. Nas verdades que aprendemos. E no amor que temos para passar adiante.

Obrigado pelo texto Bianca Silveira

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