quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Anúncio inspirado em pai de santo turbina oficina de computadores mantida por engenheiro

mandinga para computador
Publicado no Estadão
Aqueles anúncios peculiares colocados em postes, que garantem o retorno do amor frustrado, serviram de inspiração para o engenheiro eletrônico Henrique Tyszler. Dono de uma oficina de manutenção de computadores, ele bolou uma panfleto inspirado nos muitos pais e mães de santo da cidade e conseguiu o que queria: chamar a atenção da clientela.
No anúncio, Tyszler se autodenomina ‘Pai Henrique do PC’ e, entre outras promessas, garante trazer o Windows de volta em três dias, além de fechar a rede contra o olho gordo dos hackers e exorcizar PCs que foram formatados pelos sobrinhos dos usuários.
ESTADAO PME - HENRIQUE TYSZLER - PAI HENRIQUE
Com 70 anos e já aposentado, Tyszler imprimiu alguns panfletos e colocou o anúncio também em seu perfil no Facebook. A ideia, ele garante, era brincar com os clientes da oficina que mantem há 11 anos no bairro do Paraíso, zona sul da capital. O resultado foi imediato.
“As pessoas gostaram. Na mesma semana eu vi meu anúncio nos blogs e acredito que deve ter dado um incremento de uns 20% em clientes por causa dessa propaganda”, conta o empreendedor, que gastou cerca R$ 100.
“Foi mais o tempo de escrever o anúncio, fiquei quase um mês bolando o texto”, conta. “É interessante que o que eu escrevo lá, fora a sátira de trazer sinal Wi-Fi do além, o resto eu faço tudo. Realmente instalo o Windows em três dias”, diz o engenheiro que também fez um site para sua propaganda, o paihenriquedopc.com.br. “Eu até coloquei meu currículo lá para as pessoas verem que eu sei do que estou falando, que realmente tenho uma carreira na área.”

Fotos mostram comportamento dos maridos que ficam esperando as mulheres durante as compras

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Publicado no Catraca Livre
Um fotógrafo fez uma inusitada investigação: como os homens reagem, numa loja feminina, enquanto suas mulheres, namoradas ou filhas, fazem as compras. É uma atittude conhecida, mas até até nunca documentada.
Confira as imagens
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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Mulher doa rim ao marido e quer órgão de volta após término do relacionamento

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O que parecia uma prova de amor entre um casal acabou por se tornar um pesadelo para inglesa Samantha Cordeiro. Ela doou um dos seus rins para o ex-marido, salvando-lhe a vida, mas, agora, ela deseja o órgão de volta após o término do relacionamento.
Samantha deseja repassar o órgão para outra pessoa. Foto: Daily News
O ex-marido, Andy Cordeiro, sofria de insuficiência renal, até que a esposa, em um ato de solidariedade e após vários testes, decidiu doar um dos seus rins.
Em 2012, alguns anos após o procedimento, realizado em 2009, o casamento ruiu. De acordo com a mulher, o marido a traía com uma de suas amigas. Sem deixar qualquer aviso, o homem saiu de casa e nunca mais voltou.
Agora, Samantha tenta localizá-lo para que ele assine os papéis do divórcio e, se fosse possível, gostaria de reaver o órgão doado.
“Eu o odeio. Se eu pudesse, então eu iria levá-la de volta e dá-lo a outra pessoa”, desabafou ao jornal Daily News.
dica da Jeane Almeida

Bradesco recorre à igreja evangélica para oferecer cartão de crédito religioso

Segundo anúncio do banco, parte da anuidade vai para Igreja Internacional da Graça de Deus
Patrícia Basilio, no iG
A renda mínima exigida para adquirir o cartão é o salário-mínimo vigente (R$ 724)
A renda mínima exigida para adquirir o cartão é o salário-mínimo vigente (R$ 724)
Para atrair fiéis à cartela de clientes, o Bradesco oferece um cartão exclusivo da Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada por Romildo Ribeiro Soares, conhecido como R. R. Soares.
Segundo anúncio no site do banco, parte da anuidade do cartão, de R$ 105,60, é destinada à igreja. A renda mínima exigida é o salário-mínimo vigente (R$ 724).
Para adquirir o cartão, é necessário apresentar cópia de CPF, RG, comprovante de renda e de residência.
Em nota, o Bradesco afirma que cartão foi criado há mais de cinco anos e tem como objetivo “oferecer ao cliente a opção de adquirir um cartão de uma entidade que ele se identifique”.
Como ele, há outras opções como o SOS Mata Atlântica, Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e de diversos times.
dica do Sidnei Carvalho de Souza

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A emocionante história da mãe com câncer terminal que escreve cartas para o filho ler no futuro

HYPENESS_INTERNA_1000X600_CancerPublicado no Hypeness
O sonho de Rowena sempre foi ter 4 filhos. Quando casou com Phil, não esperaram muito para ter o primeiro: Freddie. Mas, infelizmente, logo após dar a luz, ela foi diagnosticada com câncer no intestino.
HYPENESS_Cancer_1Depois de dois anos lutando contra a doença, duas cirurgias e várias sessões de quimioterapia, em agosto de 2012 ela soube que não teria mais chances de viver, pois seu câncer estava avançado demais. Foi quando ela se deu conta que não queria passar seus últimos meses de vida lamentando o que tinha acontecido: “Eu não posso desperdiçar o meu tempo chorando. É claro que já passei por maus momentos, pois a última coisa que quero é deixar o Freddie. Por isso, eu não posso deixar que meu tempo seja absorvido pela tristeza já que isso não fará bem algum. O mais importante é passar o maior tempo possível com o meu filho, deixando memórias incríveis para que ele se lembre de mim quando eu não estiver mais por perto”.
HYPENESS_Cancer_2jpgDesde então, Rowena tem dedicado sua vida a imaginar os mais diferentes jeitos de fazer com que ele sempre se lembre dela. Ela gravou um CD com suas músicas favoritas e outras canções de ninar. Deixou uma conta de e-mail com vários e-mails falando sobre como ela era, suas falhas, o que a deixava feliz ou aborrecida e fez cartões de aniversário e Natal até que ele complete 21 anos. Outros momentos importantes como o primeiro dia de aula, a graduação e até o casamento também vão ter o seu cartão especial.
HYPENESS_Cancer_4HYPENESS_Cancer_6HYPENESS_Cancer_7HYPENESS_Cancer_8HYPENESS_Cancer_9HYPENESS_Cancer_10HYPENESS_Cancer_12HYPENESS_Cancer_13HYPENESS_Cancer_15Rowena não quer que a morte seja vista como uma coisa injusta, por isso ela também plantou uma árvore ao lado de um banco com a seguinte inscrição: “Para Phil e Freddie… a morte não existe. As pessoas só morrem quando esquecemos delas. Se você puder se lembrar de mim, eu estarei sempre com você.”
HYPENESS_Cancer_16

Às 19h37 de sábado é quando mais pessoas praticam sexo

O estudo conta ainda que já o momento de mais excitação acontece de madrugada, às 4h33 do sábado
Márcia Garbin, no Virgula
Será que a maioria dos casais opta por ter relações sexuais em um determinado horário? Segundo uma pesquisa publicada no site Lovehoney sim! e descobriram que é às 19h37 do sábado.
De acordo com o estudo, o dia da semana é o mais popular para a prática do sexo, eleito por 44% dos casais, seguido pelo domingo, que recebeu 24% dos votos, e das sextas-feiras, com 22%.
“O agendamento das relações sexuais pode parecer nada romântico, mas descobrimos que a intimidade física regular é a chave para a felicidade geral do relacionamento, se essa é a única maneira, por que não?”, disse o co-fundador do site Richard Longhurst ao Daily Mail.
A pesquisa ainda apurou que 62% dos casais têm dias específicos para noites românticas e, nessas datas, 88% fazem sexo.
O estudo conta ainda que já o momento de mais excitação acontece de madrugada, às 4h33 do sábado. Um quarto das pessoas acorda com desejo sexual, mas apenas 10% realizam a vontade por causa das pressões de trabalho. Segundo o estudo, poucas pessoas agem espontaneamente quando se trata de sexo.

Gato: o animal ideal do século XXI

Sagrado no Egito Antigo e perseguido na Idade Média, o gato deve assumir o posto de bicho mais popular do mundo neste século. 
No livro 'Cat Sense', o biólogo John Bradshaw revela o significado do comportamento felino e mostra como foi sua evolução ao longo da história (foto: Thinkstock)
No livro ‘Cat Sense’, o biólogo John Bradshaw revela o significado do comportamento felino e mostra como foi sua evolução ao longo da história (foto: Thinkstock)
Rita Loiola, na Veja on-line
Em 13 de junho de 1233, o papa Gregório IX definiu o que era um gato. No documento oficialVox in Rama, o gato preto foi descrito como “encarnação do demônio”. Antes disso, no Egito Antigo, o animal tinha status de sagrado. Em um passado ainda mais longínquo, o gato foi domesticado com uma única função, caçar ratos – e esse era o motivo de mantê-lo em casa até poucas décadas atrás. Como um bicho com tantas “encarnações” na história transformou-se naquele que deve se tornar o mais popular do século XXI? “Gatos intrigam a humanidade desde que passaram a viver entre nós. A chave para compreendê-los está na ciência”, afirma o biólogo John Bradshaw, pesquisador da Universidade de Bristol, na Inglaterra.
Em seu livro Cat Sense (Sentido do gato), lançado em setembro de 2013 nos Estados Unidos e inédito no Brasil, Bradshaw usa as últimas pesquisas científicas para explicar o comportamento dos bichanos e defender a tese de que eles são os companheiros ideais para o homem da atualidade.
Ainda existem mais cachorros do que gatos no mundo: são 335 e 260 milhões, respectivamente, segundo a consultoria de mercado internacional Euromonitor, em uma estatística de 53 países. Mas a população felina cresce mais do que a canina e, em nações como Estados Unidos, França e Alemanha, já é maioria. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais (Abinpet), vivem 37 milhões de cachorros e 21 milhões de gatos. Na proporção em que aumentam nos últimos anos – duas vezes mais do que os cães – os bichanos devem assumir a dianteira do ranking daqui a dez anos, segundo a Abinpet.
Popular, mas selvagem – Cada vez mais numerosos como bichos de estimação, os gatos permanecem essencialmente selvagens. Estão dentro de nossas casas, mas continuam com as quatro patas fincadas nas florestas onde seu ancestral, o Felix silvestris, caçava – e ainda caça – pequenos animais, sozinho e livremente. ​
O motivo pelo qual gatos não são leais e obedientes como os cachorros é evolutivo. Domesticados há cerca de 11 000 anos, na Europa, os cães foram sendo moldados pelos homem. Aqueles que exibiam características mais úteis ao convívio humano — capacidade de caçar, pastorear rebanhos, defender territórios, fazer companhia — foram acolhidos, passaram sua herança genética adiante e são os ancestrais dos que conhecemos atualmente. Já os gatos começaram a morar dentro de casa há cerca de 4 000 anos, no Egito – embora convivam com o homem há aproximadamente 10 000 anos.
Bradshaw diferencia gatos totalmente domesticados – aqueles que têm a reprodução controlada pelos humanos, como os com pedigree, minoritários – dos de rua, que se reproduzem sozinhos e têm o comportamento semelhante aos selvagens. Nas próximas décadas, com a intervenção humana na criação de novas raças adaptadas à vida doméstica contemporânea, os gatos provavelmente abandonarão algumas de seus traços selvagens. “Os gatos foram domesticados pela única razão de controlar o número de ratos. Interessava manter o seu comportamento selvagem”, disse Bradshaw ao site de VEJA. “Hoje eles são principalmente um animal de estimação, e acredito que ainda neste século seu processo de domesticação será completado.”
É desejo recente querer que eles sejam apenas companhia e não matem os animais que entram pela janela. Até os anos 1980, muitos gatos domésticos ainda precisavam caçar para manter a dieta balanceada. Somente nessa época pesquisas científicas revelaram que gatos têm imperativos nutricionais diferentes dos cães – enquanto os cachorros são onívoros (consomem animais e vegetais), os felinos são exclusivamente carnívoros. Hoje, a indústria oferece alimentos que os deixam realmente satisfeitos —  um passo essencial para que o impulso de caçar, que supre com a carne fresca de passarinhos ou roedores necessidades alimentares, possa ser controlado.
Paixão por felinos – A explicação para o amor crescente dos homens pelos gatos pode estar em uma característica inerente à espécie. “Eles despertam em nosso cérebro um instinto de cuidado. Os traços mais óbvios que provocam esse fenômeno são o rosto redondo, a testa larga e os grandes olhos, que nos recordam um bebê humano”, afirma Bradshaw.
Talvez seja por isso que, historicamente, gatos estão relacionados a mulheres e homens, a cães. Pinturas egípcias feitas há 3 300 anos mostram gatos sentados embaixo da cadeira de suas donas, enquanto cachorros estão sob o assento do homem da casa. Em Roma, a preferência era a mesma e, por séculos, os animais foram relacionados a divindades como as deusas Bastet, no Egito, Artemis, na Grécia e Diana, em Roma. Na Idade Média, especialmente depois da bula papal de 1233, a associação com gatos deixou de ser positiva: foram muitas as donas de gatos queimadas como bruxas.
Essa adoração e perseguição ao longo dos séculos moldaram o comportamento e a biologia do animal, até chegar aos bichanos que hoje se enroscam nas pernas de seu dono quando estão felizes. “Os gatos são mais bem ajustados à vida moderna do que os cães. Eles não precisam ser levados para passear, podem ser deixados sozinhos por longos períodos e precisam de menos espaço”, diz o biólogo.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Padre Julio Lancellotti: “Não existe resposta única para a cracolândia”

O Papa Francisco disse algo interessante: “Eu não gosto de uma juventude que não se manifesta, apática, amorfa.” É preciso agitar. Jesus era mais para Black Bloc.
Para padre Julio Lancellotti, ação da prefeitura na região da Luz tem avanços, mas não olha para as necessidades das pessoas (foto: Rafael Stedile)
Para padre Julio Lancellotti, ação da prefeitura na região da Luz tem avanços, mas não olha para as necessidades das pessoas (foto: Rafael Stedile)
Mariana Desidério, no Brasil de Fato
A atual operação promovida pela prefeitura na cracolândia tem sido vista como um avanço em relação à ação deflagrada há dois anos, quando policiais usaram bombas de gás e tiros de borracha para dispersar os dependentes de crack que circulam pela região, no centro de São Paulo.
Porém, não é hora para muito otimismo na opinião do padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral da População de Rua em São Paulo e defensor histórico dos direitos humanos. Segundo ele, também há outro tipo de violência na ação que ocorre agora. “Há sofisticação, mas o resultado que se busca é o mesmo: as ruas da cracolândia limpas”, afirma.
Aos 65 anos, além de coordenar a pastoral, Lancellotti é responsável pela paróquia de São Miguel Arcanjo, na região da Mooca.  Nesta entrevista ao Brasil de Fato SP, ele critica a forma como nossa sociedade trata os grupos mais vulneráveis e defende atuações políticas mais enérgicas, inclusive não pacíficas. “Jesus era mais para Black Bloc”, dispara.  Leia a entrevista:
Como avalia a operação Braços Abertos, da prefeitura, que está colocando os moradores de rua da cracolândia para viver em hotéis e trabalhar na varrição?
Ainda não dá para fazer uma avaliação completa. O fundamental é saber como será feito o acompanhamento. Mas algumas coisas chamam a atenção: hotel não é moradia definitiva. Quanto tempo eles vão ficar no hotel? Depois: por que todos têm que trabalhar na varrição? Eu acho que pode ter uma diversificação.
Acha que isso acaba padronizando demais?
Acho que é uma resposta institucional, e, portanto, planejada dentro de um modelo. Não é construída a partir das necessidades das pessoas. A operação pode ter seu aspecto de redução de danos e está tendo agora muita visibilidade. Mas a gente tem que ver como isso vai se dar no cotidiano. Há uma preocupação política de querer se diferenciar de outros. Mas também há um pragmatismo. Pensa-se que tem que ter um resultado. Não se foi à causa das questões, está se trabalhando por enquanto com os efeitos.
Essa medida tem sido vista como um avanço em relação àquela tomada dois anos atrás, quando houve forte repressão policial. O que o senhor acha?
Eu considero que os métodos de controle se sofisticam. Uns são mais trogloditas, outros menos. Acredito que a violência não é só a cassetada, o spray de pimenta, a bomba de gás, a polícia andando atrás. A violência também é simbólica. É violento colocar para trabalhar sem ter direitos trabalhistas, ou ainda não respeitar a subjetividade humana. O que a gente vê é que há uma sofisticação. O resultado que se busca é o mesmo: as ruas da cracolândia limpas.
Mas qual seria a forma correta de lidar com essa questão?
O que temos que ter em mente é o seguinte: como a cidade vai ser mais humana e vai cuidar daqueles que são mais vulneráveis? Essa é a questão fundamental. A população de rua não é a única vulnerabilizada da cidade. Também existem os que não têm moradia, os que têm transtornos mentais, as pessoas com necessidades especiais, os idosos. Nossa cidade é um lugar em que tudo é para quem é esperto, para quem tem mais força, mais autonomia. Ela está inserida dentro de um modelo de competição, de premiação por consumo, não é uma cidade voltada para agregar.
Os idosos não são cuidados na nossa sociedade?
Outro dia perguntei na igreja: Quem leva o cachorro para passear? Todos levam. E quem leva a vovó para passear? Muito poucos. É mais fácil pegar o cocô do cachorro do que trocar a fralda do vovô. Nós estamos vivendo uma sociedade do individualismo. Aumenta o número das pessoas que vivem sozinhas. As pessoas querem pensar só no seu próprio bem-estar, não o bem-estar do coletivo, o bem-estar dos mais fracos. A grande mudança seria pensar o bem-estar dos mais fracos.
Qual o cenário dos albergues para a população de rua em São Paulo hoje?
Em algum momento, os albergues podem ser necessários. Qual o nosso problema? Nós tornamos os albergues a única resposta. A mesma lógica que coloca todo mundo pra ser varredor. A população de rua é bastante heterogênea. Não se pode ter uma mesma resposta para todos.
E as condições desses albergues? No final de 2013 houve protesto por causa disso.
Sim, porque eles estão precarizados, por falta de manutenção, falta capacitação das pessoas que lá trabalham, e porque os albergues não estão seguindo a própria diretriz nacional da política para a população de rua, que prevê que tenham um número reduzido de pessoas, não passando de cem. E hoje nós temos albergues com 200 pessoas que só têm dois chuveiros.
Mas querendo ou não é um abrigo para eles, não?
Nós temos uma ideia muito assim: para o pobre qualquer coisa está bom. Pensamos assim: “Você não tem o que comer, eu estou te dando essa comida aqui. Você está achando ruim por quê? Estou te dando essa calça velha, só está um pouco apertada…” Muitas vezes nós somos uma sociedade que nivela tudo por baixo.
Quais soluções deveriam ser pensadas, além dos albergues?
Nós temos sugerido muito a locação social, que hoje é um programa pequeno, mas ajuda. Hoje, já há legislação no sentido que o programa federal Minha Casa, Minha Vida tenha uma porcentagem para população em situação de rua. Que eles possam ingressar nas políticas habitacionais como pessoas que não têm capacidade de endividamento.
Quatro moradores de rua foram presos na manifestação em dezembro contra as condições do albergue. Falou-se que eles eram presos políticos. Por quê?
Porque lendo o boletim de ocorrência e vendo tudo o que aconteceu com eles, nós percebemos que a motivação não foi técnica. A grande questão é que há uma palavra-chave hoje: manifestação. Esse ano será de grande repressão por causa da Copa. Todas as manifestações serão duramente reprimidas, e essa manifestação das pessoas em situação de rua mostra que há um peso político muito forte nesse sentido. Há uma ideia no poder público de que é preciso coibir qualquer forma de expressão. Nos atos que nós fizemos contra a prisão deles, a quantidade de polícia que nos acompanhou era o triplo da de manifestantes.
Quem são as pessoas que vivem na rua na cidade de São Paulo?
Em São Paulo há o Censo da População em Situação de Rua. Há um perfil de maioria masculina, mas há o aumento de mulheres e famílias na rua. Há muitas pessoas que passaram pela escola. A maior parte é do Sudeste. Como essa população é muito heterogênea, você encontra na rua pessoas com nível universitário, com nível médio. A maior parte é alfabetizada, ou passou pelo mundo do trabalho e viveu com a família, não nasceram na rua. Boa parte está na rua por causa de desavenças familiares, pessoas com problema de transtorno mental e que a família não aguenta mais. Ou pessoas que usam álcool e a família não sabe mais como lidar. Como não há uma assistência, essas pessoas acabam indo para a rua.
Como a cidade trata essas pessoas?
É uma população muito estigmatizada e muito associada à criminalidade. De fato há vários egressos do sistema penitenciário na rua, mas nós não podemos lidar com essa intolerância tão grande. Uma pessoa em situação de rua não entra num shopping. Eles são impedidos do convívio social. Mas a pessoa que está na rua tem uma história. Por isso, várias práticas vêm sendo discutidas para garantir que essas pessoas tenham direito ao SUS, a possibilidades de educação, de cultura, de lazer.
Como o senhor avalia a atuação do novo Papa?  
O Papa Francisco é um presente, mostrando para nós que a igreja está no meio do mundo, enlameada e suja. Ele mesmo diz: “eu prefiro uma igreja ferida e enlameada do que doente e fechada”. É o caminho para uma igreja sem luxo, uma igreja servidora que caminha no meio do povo, que não tem medo de sentar na rua e partilhar a vida com o povo.
O papado dele caminha então nessa direção mais humana?
Sem dúvida. O Papa Francisco está buscando mostrar um caminho muito mais humano, muito mais próximo de Jesus. Jesus não era nenhum moralista, não impunha nada, ele era aquele que queria uma vida mais humana, que as pessoas fossem felizes. Jesus não veio impor uma religião, ele veio salvar e libertar as pessoas de toda a opressão.
O senhor acha que religião tem a ver com política?
Jesus foi condenado como preso político, foi executado, condenado à pena de morte. Ele tinha mais a ver com a vida do povo do que com qualquer outra coisa. As coisas são interligadas entre si, não são separadas. Sabe um grupo que eu gosto muito? Os Black Bloc. Eles são muito humanos, são jovens com vontade de lutar, acho impressionante.
O que acha do uso que eles fazem da violência?
É uma resposta à violência que está aí. Eles destroem os símbolos do poder. Você acha que eles dão prejuízo para os bancos por quebrar uma agência? Os jovens se expressam de muitas maneiras. Não adianta só combatê-los, é preciso entendê-los. O Papa Francisco disse algo interessante nesse sentido: “Eu não gosto de uma juventude que não se manifesta, apática, amorfa.” É preciso agitar. Jesus era mais para Black Bloc.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

“O Brasil vai passar vergonha”, diz Rivaldo sobre a Copa do Mundo

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Publicado no no UOL
Com a autoridade de quem já ganhou um mundial pelo Brasil em 2002, o meia-atacante Rivaldo, do Mogi Mirim, falou sobre a preparação do país para a Copa do Mundo de 2014. E o veterano não tem previsões nada otimistas.
“Nós já sabíamos que isso aconteceria, mas não quero mais dar minha opinião sobre isso. Falei outras vezes que o Brasil não tem condições de fazer a Copa do Mundo. Vai ser difícil, o Brasil vai passar vergonha”, declarou para a rádio Jovem Pan após a goleada sofrida pelo seu time contra o São Paulo, por 4 a 0, pela segunda rodada do Paulistão.
Não é a primeira vez que Rivaldo manifesta uma opinião contrária à realização de mais uma edição da Copa do Mundo no Brasil. O meia-atacante já havia criticado o Mundial-2014 em junho do ano passado, época que os protestos se intensificaram na realização da Copa das Confederações.
“É uma vergonha estar gastando tanto dinheiro para esta Copa do Mundo e deixar os hospitais e escolas em condições precárias”, falou Rivaldo na época, assumidamente em tom de desabafo.
“Precisava desabafar, pois já fui pobre e senti na pele a dificuldade de estudar em escola pública e não ter um bom serviço de saúde”, justificou.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Praticantes de candomblé e evangélicos se unem contra intolerância religiosa

Isabela Vieira, da Agência Brasil [via Rede Brasil Atual]
© wanessadealmeida.com.br / reprodução
© wanessadealmeida.com.br / reprodução
Rio de Janeiro – Líderes do candomblé, da umbanda e de uma igreja evangélica neopentecostal se reúnem em um mesmo evento na próxima sexta-feira (24) para celebrar a convivência entre os credos e a liberdade religiosa. Organizado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), o show Cantando a Gente se Entende terá apresentações musicais de de várias religiões.
O evento marca as comemorações do Dia Nacional da Liberdade Religiosa, celebrado hoje (21) e criado em homenagem à sacerdotisa do candomblé Gildásia dos Santos –ela foi vítima de perseguição por uma igreja neopentecostal e sofre um infarto ao ser acusada de charlatanismo, em 2000.
Nos últimos anos, o interlocutor da CCIR, babalaô Ivanir dos Santos, avalia que fiéis de religiões diferentes se tornaram mais tolerantes, mas que, institucionalmente, igrejas ainda são hostis a segmentos religiosos de matriz africana, principalmente. “Satanizam nossas crianças na escola, demonizam nossa cultura religiosa e popular como o samba, a capoeira e nossos rituais”, disse.
Instalada no Brasil há 12 anos, a Igreja Evangélica Voz de Deus, da corrente neopentecostal, será a primeira a se juntar ao evento da comissão. O pastor presidente Ayo Balogun, de origem nigeriana, avalia que é preciso vencer as barreiras do preconceito no Brasil. “As igrejas têm que unir os seres humanos e não deixar de amar pessoas que não praticam a mesma fé que a nossa”, declarou.
Para Ivanir dos Santos, a adesão da igreja de Ayo Balogun à comemoração é o primeiro passo para sensibilizar outras igrejas a se juntar contra a intolerância religiosa. “O gesto desse pastor é uma semente que tende a crescer porque muitos evangélicos não têm postura preconceituosa”, disse.
O Cantando a Gente se Entende começa na sexta-feira a partir das 18h, em frente ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, no centro da cidade. Estão confirmadas a presença do ogan Tião Casemiro, ogan Taina, padre Omar e banda Afro Gospel. O arcebispo da cidade do Rio, Dom Orani Tempesta, nomeado cardeal na semana passada, foi convidado, mas ainda não havia confirmado presença até o fechamento desta matéria.
Hoje, sacerdotes de várias religiões integrantes da CCIR  participam de um culto ecumênico no Templo Religião de Deus, em Campo Grande, na zona oeste carioca. Além de candomblecistas, umbandista e neopentecostais, são esperados espíritas, muçulmanos, budistas, ciganos, praticantes de wicca e seguidores da Fé Bahá’i e hare krishnas.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

10 coisas que não devemos dizer para as crianças

10 coisas
1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjetivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso pode fazer com que ele se torne realmente isso.

2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês são essenciais para o desenvolvimento da criança.
3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma atividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.
4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma.
5 – Não diga que a injeção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não engane.
6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.
7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.
8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.
9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo companhia até dormir.
10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Governador Sérgio Cabral (RJ) aprova lei da moral e dos bons costumes

Fábio Vasconcellos, em O Globo
Deputada Myrian Rios, na Alerj (foto: Simone Marinho - 29.09.2011 / O Globo)
Deputada Myrian Rios, na Alerj (foto: Simone Marinho – 29.09.2011 / O Globo)
RIO — O nome é pomposo e, pela extensão e conteúdo que sugere, vai exigir um esforço sem precedentes do governo do Rio: “Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais”. Sancionado na quinta-feira pelo governador Sérgio Cabral, o projeto de lei, de autoria da deputada Myrian Rios (PSD), tem a finalidade “promover o resgate da cidadania, o fortalecimento das relações humanas e a valorização da família, da escola e da comunidade como um todo”. Explicação muito genérica?
A deputada dá uma dica na justificativa do projeto: “infelizmente, a sociedade de uma maneira geral vem cada dia mais se desvencilhando dos valores morais, sociais, éticos e espirituais (…) Sem esse tipo de valor, tudo é permitido, se perde o conceito do bom e ruim, do certo e errado. Perde-se o critério do que se pode e deve fazer ou o que não se pode”. Para disseminar o que é certo e errado, a nova lei determina que o governo do estado deve fazer convênios e parcerias “articuladas e significativas” com prefeituras e sociedade civil.
Procurado, o governador deixou que a Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos a missão de explicar como aplicará o programa, já que o órgão é quem deve pôr em prática nova lei. Mas até mesmo o secretário Zaqueu Teixeira (PT) foi pego de surpresa. Teixeira informou que terá ainda que discutir como regulamentar a lei, definindo quais serão os projetos para o “fortalecimento das relações humanas”.
Myrian Rios foi eleita em 2010 pelo PDT, depois foi para o PSD, hoje partido da base do governo. A ex-atriz e missionária já se envolveu numa polêmica em 2011 ao insinuar num discurso na Alerj haver semelhanças entre a pedofilia e a homossexualidade. Na época, disse que foi mal interpretada e pediu desculpas.
dica do Gustavo Frederico

domingo, 19 de janeiro de 2014

Como Isaac Asimov previu que seria 2014, 50 anos atrás

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Em 1964, durante a Feira Mundial de Nova York, o New York Times convidou o escritor de ficção científica e professor de bioquímica Isaac Asimov a fazer previsões de como seria o mundo 50 anos depois, ou seja, este ano. Asimov escreveu mais de 500 trabalhos, entre romances, contos, teses e artigos e sempre se caracterizou por fazer projeções acuradas sobre o futuro. As previsões do escritor, que morreu em 1991, são surpreendentes.
Roberto Amado no Diário do Centro do Mundo [via Vermelho]
Cozinha
Asimov prevê que os equipamentos de culinária pouparão a humanidade de fazer trabalhos tediosos. “As cozinhas estão equipadas para fazer “auto-refeições”. “Almoços e jantares serão feitos com comidas semi-preparadas, que poderão ser conservadas em freezer. Em 2014, as cozinhas terão equipamentos capazes de preparar uma refeição individual em alguns poucos segundos”. Só faltou mesmo ele usar a palavra “microondas”.

Computadores

O escritor previu um mundo repleto de computadores capazes de fazer as mais complexas tarefas. “Em 2014, haverá mini computadores instalados em robôs”, escreve ele, no que parece ser uma alusão aos chips. E garantiu que será possível fazer traduções com uma dessas máquinas, como se previsse a existência do Google Translator.

Comunicação

As ligações telefônicas terão imagem e voz, garantiu Asimov em seu texto. “As telas serão usadas não apenas para ver pessoas, mas também para estudar documentos e fotos e ler livros”. E prevê que satélites em órbita tornarão possível fazer conexões telefônicas para qualquer lugar da Terra e até mesmo “saber o clima na Antártica”. Mas em Terra haverá outras soluções. “A conexão terá que ser feita em tubos de plástico, para evitar a interferência atmosférica”, escreve ele, como se já conhecesse a fibra ótica.

Cinema

Asimov previu que em 2014 o cinema seria apresentando em 3-D, mas garantiu que algumas coisas nunca mudariam: “Continuarão a existir filas de três horas para ver o filme”.
Energia
Ele previu que já existiriam algumas usinas experimentais produzindo energia com a fusão nuclear. Errou. Mas acertou quando vaticinou a existência de baterias recarregáveis para alimentar muitos aparelhos elétricos de nossa vida cotidiana. Mais ainda: “Uma vez usadas, as baterias só poderão ser recolhidas por agentes autorizados pelos fabricantes” — o que deveria acontecer, mas nem sempre acontece.
Veículos
Asimov erra feio nas suas previsões relacionadas ao transporte.
Ele acreditou que carros e caminhões pudessem circular sem encostar no chão ou água, deslizando a uma altura de “um ou dois metros”. E que não haveria mais necessidade de construir pontes, “já que os carros seriam capazes de circular sobre as águas, mas serão desencorajados a fazer isso pelas autoridades”.
Marte
Para o escritor, em 2014 o homem já terá chegado a Marte com espaçonaves não tripuladas, embora “já estivesse sendo planejada uma expedição com pessoas e até a formação de uma colônia marciana”. O que nos faz lembrar da proposta pública de uma viagem a Marte só de ida, feita recentemente, para formar a primeira colônia no planeta.

Televisão

Asimov cita a provável existência de “televisões de parede”, como se pudesse prever as telas planas, mas acredita que os aparelhos serão substituídos por cubos capazes de fazer transmissões em 3-D, visíveis de qualquer ângulo.

População

O escritor previu que a população mundial seria de 6,5 bilhões em 2014 (já passou dos 7 bilhões) e que áreas desérticas e geladas seriam ocupadas por cidades — o que não é exatamente errado. Mas preconizou, também, a má divisão de renda: “Uma grande parte da humanidade não terá acesso à tecnologia existente e, embora melhor do que hoje, estará muito defasada em relação às populações mais privilegiados do mundo. Nesse sentido, andaremos para trás”, escreve ele.

Comida

“Em 2014 será comum a ‘carne falsa’, feita com vegetais, e que não será exatamente ruim, mas haverá muita resistência a essa inovação”, escreve Asimov, referindo-se provavelmente aos hambúrgueres de soja.

Expectativa de vida

O escritor preconizou problemas devido à super população do planeta, atribuindo-a aos avanços da medicina: “O uso de aparelhos capazes de substituir o coração e outros órgãos vai elevar a expectativa de vida, em algumas partes do planeta, a 85 anos de idade”. A média mundial subiu de 52 anos em 1964 para 70 anos em 2012. Em alguns países, como Japão, Suíça e Austrália, já está em 82 anos.

Escola

“As escolas do futuro”, escreve Asimov, “apresentarão aulas em circuitos fechados de TV e todos os alunos aprenderão os fundamentos da tecnologia dos computadores”. O que ele não previu foi a possibilidade de os alunos ensinarem os professores quando se trata de uso de computadores — como, aliás, ocorre em algumas escolas públicas brasileiras.

Trabalho

Asimov previu uma população entediada, como sinal de uma doença que “se alastra a cada ano, aumentando de intensidade, o que terá consequência mentais, emocionais e sociais”. Depressão? “Ouso dizer”, prossegue ele, “que a psiquiatria será a especialidade médica mais importante em 2014. Aqueles poucos que puderem se envolver em trabalhos mais criativos formarão a elite da humanidade”.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

o que você FAZ com aquilo que fica SABENDO???…


dizimo01
“(…) Sua visão do mundo determina tudo em sua vida, ela determina as suas decisões, determina seus relacionamentos, determina seu nível de confiança, ela realmente determina tudo em sua vida(….) Então todo esse dinheiro que começou a entrar e toda essa fama começou a chegar, eu pensei, o que eu faço com isso? Minha esposa e eu tomamos 5 decisões sobre o que fazer com o dinheiro: primeiro, nós não vamos gastá-lo conosco(….) A segunda decisão foi: eu parei de receber o salário da igreja onde sou pastor. A terceira foi: eu somei tudo o que igreja me havia pago nos últimos 25 anos e devolvi a ela. Eu devolvi porque eu não queria que ninguém pensasse que faço o que faço por dinheiro – eu não faço. (…) Acreditem em mim, existem meios mais fáceis de ganhar dinheiro(….) vocês sabem, o teste da sua visão do mundo não é como se age em momentos bons, o teste é como você age no funeral.
Então nós doamos tudo e depois criamos 3 fundações trabalhando em alguns dos problemas principais do mundo(…) e a última coisa que fizemos foi nos tornamos o que eu chamo de “dizimistas ao reverso”(… ) Este [o dizimo] é um ato bíblico que fala para darmos 10% do que recebemos para a caridade, doar para ajudar outras pessoas. Portanto nós começamos a fazer isso, e a cada ano nós aumentávamos o nosso dízimo 1%(….) Por que fiz isso? Porque isso quebra a força do materialismo em minha vida(…) O propósito na vida não vem do status, porque você sempre vai encontrar alguém que tem mais que você. Não vem do sexo. Não vem do salário. Vem de servir. É doando nossas vidas que encontramos sentido, encontramos significado. Foi desta forma que fomos programados, eu acredito, por Deus. E assim nós começamos a doar, e agora após 30 anos, minha esposa e eu, somos dizimistas ao reverso, nós entregamos 90% e vivemos com 10% (…)”
Estas palavras são do Pastor Rick Warren, um dos cristãos mais influentes do mundo, autor do livro “Uma Vida com Propósito” que já vendeu mais de 30 milhões de cópias no mundo todo. Ele ensina quefazer o bem é a única forma que os humanos têm para criarem SIGNIFICADO em suas vidas. Sua voz tornou-se imensamente influente e procura aplicar os valores de sua fé em questões como a pobreza global, HIV/AIDS e da injustiça. Além disso, dá um show quando o assunto é contribuição, dízimo, colaboração ou se preferirem podemos chamar de ‘mensalidade’ às instituições religiosas. As Casas Santas que trabalham de forma caritativa como fazem a maioria dos terreiros.
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“(…)As pessoas vivem baseadas na síndrome do “de repente”, mas ela existe? Existe a pessoa que perde o emprego de repente? Existe o começar uma crise econômica de repente? Um relacionamento acaba de repente? NÃO, TUDO É UM PROCESSO.
Tudo é um processo, tudo é um caminho onde Deus é o Criador, onde nós não somos donos de nada, somos apenas administradores. Se não administramos bem o que temos, a “Luz” tira de nós até aprendermos a administrar, a compartilhar. Ficamos debilitados.
“Sou apenas gerente de minha vida”, deve-se pensar nisso antes de qualquer atitude, de qualquer fala. Deve-se usar melhor tudo que a gente recebe, pensar ‘para que’ ou ‘porque’ tenho isso? Qual o propósito disso???
Receber uma benção significa crescer e a ferramenta que permite “o receber” é o dízimo.
Dízimo parece sombroso, mas a kabbalah – sabedoria milenar que revela como o Universo e a vida funcionam – enxerga o dízimo como uma ferramenta para ajudar nossa transformação, nossa mudança de hábito, nosso crescimento. O dízimo ajuda a gente receber cada vez mais.
A ideia do dizimo é dar 10 % daquilo que você recebe do Criador, 10%  porque a árvore da vida tem dez níveis diferentes de energia: nove são níveis espirituais e um é o mundo físico, mundo da transformação que corresponde a 10 % de um todo. Assim, o dízimo tem a haver com o mundo físico, o momento que nos desconectamos da materialidade, automaticamente nos conectamos com o espiritual e este é um plano muito maior que comporta os 90%.
Segredo: dar 10 % é no início totalmente desconfortável para todos porque está relacionado com a energia física do “sair”, consequentemente “sair da zona de conforto”, porém as bênçãos são nítidas. É crer para ver. Aliás, normalmente esperamos ver para crer, mas a kabbalah fala que precisamos crer para ver e afirma: não se recebe ninguém em casa com as portas trancadas, Dar é Receber.
O ensinamento cabalístico explica que somos como copos cheios de Luz – a Luz é uma força infinita que não para de compartilhar, não para de dar – se não esvaziarmos um pouco do copo a Luz transbordará. A Luz não chegará até nós.
Já em alguns momentos, somos levados a perder alguma coisa para receber outra quando o mais simples e perfeito seria compartilhar, dar voluntariamente para receber em perfeição.
É necessário haver um fluxo: compartilhar e receber – quanto mais compartilho mais recebo. Assim funciona o mundo, é necessário tirar a energia parada. Receber sem dar não existe, transborda.
A kabbalah afirma que Dar é igual a Receber, quando compartilhamos 10% daquilo que recebemos do Criador acontece algo mágico no plano espiritual.”
Estes trechos são da palestra sobre abundância que participei no Kabballah Centre, nível 2. Pontual, claro e indiscutível: Receber uma benção, significa crescer e a ferramenta que permite “o receber” é o dízimo, é dar 10% como fluxo natural de esvaziamento do copo na certeza NATURAL de receber o novo.

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“Essa lei de salva é tão antiga quanto o uso da magia. Existe desde que a humanidade nasceu. Os magos do passado jamais se descuidavam de sua regra, ou seja, da lei de compensação que rege toda e qualquer operação mágica, quer seja para empreendimentos de ordem material, quer implique em benefícios humanos de qualquer natureza, especialmente nos casos que são classificados na Umbanda como demandas, descargas, desmanchos etc.
Dessa lei de salva, ou regra de compensação sobre os trabalhos mágicos, nos dão notícia certos ensinamentos esotéricos com a denominação de lei de Amsra(…) Nenhum magista pode executar uma operação mágica tão somente com o pensamento e “mãos vazias” – isto é, sem os elementos materiais indispensáveis e adequados aos fins(…) Essa história de pura magia mental é conversa para entreter mentalidades infantis ou não experimentadas nesse mister. Qualquer ato ou ação de magia propriamente dita requer os materiais adequados, sejam eles grosseiros ou não. Vão dos vegetais às flores, aos perfumes, aos incensos, às plantas aromáticas, às águas dessa ou daquela procedência até ao sangue do galo ou bode preto. A questão é definir o lado: – ou é esquerda, ou é direita, negra ou branca. Ora, como toda ação mágica traz sua reação, um desgaste, uma obrigação ou uma responsabilidade e uma consequência imprevisível (em face do jogo das forças movimentadas) é imprescindível que o médium-magista esteja coberto ou que lhe seja fornecida a necessária cobertura material ou financeira a fim de poder enfrentar a qualquer instante essas possíveis condições(… )Então é forçoso que tenha uma compensação.
Aí é que entra a chamada lei de salva, ou simplesmente SALVA(…) Mesmo porque, todo aquele que, dentro da manipulação das forças mágicas ou da magia, dá, dá e dá sem receber nada, tende fatalmente a sofrer um desgaste, pela natural reação de uma lei oculta que podemos chamar de vampirização fluídica astral, que acaba por lhe enfraquecer as forças ou as energias psíquicas… E naturalmente o leitor, se é médium iniciado na Umbanda, nessa altura deve estar interessadíssimo em saber como será essa compensação. Claro, vamos dizer como é a regra, para que você possa extrair dela o que seu senso de honestidade ditar: DE QUEM TEM, PEÇA TRÊS, TIRE DOIS E DÊ UM A QUEM NÃO TEM; E DE QUEM NÃO TEM, NADA PEÇA E DÊ ATÉ SEU PRÓPRIO VINTÉM. (…) É claro que essa lei de salva ou de compensação, própria e de uso exclusivo em determinados trabalhos de magia, não pode ser aplicada em todos os “trabalhinhos” corriqueiros que se pretenda ser de ordem mágica.”
Acima transcrevi trechos do livro “Umbanda e o Poder da Mediunidade” (1987 – 3a. edição – Livraria Freitas Bastos) do Mestre Yapacani – W. W. da Matta e Silva – sobre a Lei de Salva. Lei que traz diversas reflexões, colocações e contestações no meio umbandista, mas que, a meu ver, merece ser lida e relida palavra por palavra com muita atenção e inteligência, merece ser pensada e repensada com nenhum juízo de valores, sem reducionismo e com muita atenção às Leis Cósmicas e Divinas como a Lei de Ação e Reação, Afinidade, Atração e a Lei do Merecimento.
Para ajudar um pouco mais, leiam o depoimento abaixo, mas leiam também despidos de qualquer enrijecimento conceitual ou construção sem embasamento:
“Há muitos anos, quando penetrava nos Véus da Umbanda, fui procurado por um grupo de Umbandistas na cidade em que residia para dar uma palestra para o grupo. Como batalhador pela elucidação, realizei a palestra. Passadas duas semanas, fui procurado por parte dos integrantes daquele grupo, que concluíram que não estavam praticando Umbanda e sim, algo confuso com diversos caminhos. Após as ponderações, concluíram que o mais adequado era encerrar as atividades. E, precisavam de uma ajuda para tal feito. Disse-lhes na oportunidade, que nunca tinha tido aquela experiência e precisaria consultar o meu Mestre na oportunidade para receber uma orientação adequada, que infelizmente foi por telefone. Este, foi categórico: manda tirar tudo, enterra no mato e defuma bastante o pessoal, que estarei orando por você aqui! Na sequência, perguntei se deveria pedir alguma coisa ou fazer algo extra, pois apesar de não saber com profundidade, meus Mentores ficaram deveras preocupados. “Não, faça apenas o que disse”. Chamei o grupo de volta à minha residência para concluir e agendar o feito. Dia tal, peguem “as coisas” e vamos para a floresta. Vou pedir autorização ao órgão ambiental etc. Quando acabei de falar, um dos integrantes do grupo perguntou-me quanto custaria, qual seria a Salva, pois o grupo estava consciente da responsabilidade que fora depositada nas minhas costas. Com aquele ar de que estava ciente da dimensão, parei por alguns instantes, com aquele ar pensativo e disse de boca cheia: “uma vela de sete dias, sete charutos, sete caixas de fósforos e um marafo”. Quando acabei de falar, ficaram me olhando com aquela expressão de que estavam aguardando o grande valor. Um deles perguntou: o que mais? Fui lacônico, nada! Neste instante, comentaram que a cada trabalho com os médiuns da casa, o mais barato tinha sido uma máquina de lavar roupas. Bem, eu só queria aquilo. No mínimo, deviam estar pensando que eu era o cara, isso, aquele com o maior poder do mundo. Na data aprazada, chegaram os dez carros abarrotados com “as coisas” e fomos à floresta. Lá chegando, orientei que cavassem um buraco, quebrassem e enterrassem tudo. Intuído, preparei uma oferenda na mata, com muitas flores e frutos, no sentido de agradecer a permissão por lá deixar as “coisas”. E não eram poucas… Inclusive, a contragosto, alguns médiuns ficaram inconformados em enterrar o ouro e prata que faziam parte das “coisas”. Bom, terminado o trabalho, com sinais positivos da natureza (só quem estava pode registrar o que aconteceu), fomos embora. Chegando em casa com a Salva que pedi, assentei e… bom, os oito anos seguintes foram o terror e até hoje me recupero… Mais tarde, quando fui ao encontro daquele que era o meu mestre na ocasião, fui chorar as mágoas, pois eu estava “mais por baixo que sovaco de cobra”. A coisa estava pegando. Aí, ele me perguntou: “e aí, quanto você pediu para fazer o serviço?” Ora, respondi eu, uma vela de sete dias, sete charutos, sete caixas de fósforos e um marafo. Ele bradou… “Só isso, você tinha que pedir X, pois o entrechoque vai ser muito violento”. Pensei: É, né…
Em função desta triste experiência, comecei a analisar a Lei de Salva e conclui, que pode e deve ser aplicada em alguns casos. Como a Salva vai além de um mimo, na Umbanda esta questão veio mais presente na Raiz Africana, quando Salva não é para remunerar o Espírito, óbvio, a Salva existia e existe para remunerar um serviço, pois o realizador será “cobrado” de várias formas por parte dos descontentes, deste e de outros planos.”       Por Thashamara – um Iniciado da Umbanda do Cruzeiro do Sul
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Nesse contexto vale saber a definição de dízimo para o padre Rafael Bluteau, – autor do “Vocabulário Português e Latino” considerado o primeiro grande dicionário de nossa língua (século XVIII) – em que mistura definição objetiva e justificação moral:
A décima parte, que é paga às Igrejas, párocos delas, e pessoas eclesiásticas para sua (…) sustentação; que assim como estes sustentam aos fiéis com o pasto espiritual da doutrina e sacramentos, assim é razão, que os fiéis sustentem aos tais ministros com a décima parte dos frutos que colhem.
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Há ainda a ética, ou a ideologia, ou a filosofia africana UBUNTU, aquela que, numa tentativa de tradução pode ser interpretada como: “a crença no compartilhamento que conecta toda a humanidade” e ainda “Sou o que sou pelo que nós somos”. Afirma o Arcebispo Desmond Tutu – arcebispo da Igreja Anglicana consagrado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984; Prêmio Albert Schweitzer em 1986; Prêmio Gandhi da Paz em 2005 e Medalha Presidencial da Liberdade em 2009.
Uma pessoa com ubuntu está aberta e disponível aos outros, não-preocupada em julgar os outros como bons ou maus, e tem consciência de que faz parte de algo maior e que é tão diminuída quanto seus semelhantes que são diminuídos ou humilhados, torturados ou oprimidos.
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Enfim, …
Para esclarecimento:
Deixando bem claro:
… não estou, com esses textos e com minhas palavras ditando regras, dizendo o que é certo, levantando uma bandeira. Estou compartilhando expressões, afirmativas, conhecimentos e experiências para que reflitamos melhor e assim, tomemos decisões mais sábias e mais acertadas com nossos propósitos.
Particularmente, além de levar em conta todos esses ensinamentos adquiridos (pontuo a existência de pessoas que sugam saberes, mas nada fazem com eles) também comungo com:
“na dúvida, prefira pagar a mais, prefira pagar o dobro” (lição que aprendi e exercito com Exu)
“quem deve paga, quem MERECE RECEBE” (verdade que aprendi na Umbanda)
“é dividindo que se multiplica” (conta que aprendi com minha mãe carnal)
“é dando que se recebe “(convicção que também aprendi ao rezar e ao conhecer um pouco sobre a vida e obra de São Francisco de Assis).
Assim, relembrando a afirmativa do último post “ainda dá tempo”, qual é mesmo seu propósito de vida? Qual é sua verdade? Filosofia? Ética???
O que você quer?  No que você acredita? Como você compartilha aquilo que recebe do Criador? Aliás, você compartilha???
Você tem coragem para sair de sua área de conforto?
Você realmente quer um 2014 diferente? Uma vida transformada??? Você realmente está disposto a usar a ferramenta certa que capacita o “receber”?
É hora de avaliar: como está seu copo???

Por Mãe Mônica Caraccio