quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sardas, um charme para poucos:

Sardas, um charme para poucos: para registrar as “pintinhas” causadas pelo aumento da melanina (pigmento que dá cor à pele) na pele, o fotógrafo Fritz Liedtke reuniu pessoas “sardentas” numa exposição que destaca a beleza singular dessa incomum característica.
Para a série “Astra Vellum”, o fotógrafo busca um olhar incessante dessas pessoas, onde sobrepõe o rosto dos modelos, criando um efeito lindo com as sardas e valorizando muito o charme.  Para deixar o trabalho ainda mais incrível, a fotogravura foi o meio utilizado para geração das imagens. O resultado você confere aí:
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domingo, 27 de abril de 2014

Conheça os tipos de amigos mais excluídos no Facebook

Ex-colegas de ensino médio lideram as exclusões no Facebook
Ex-colegas de ensino médio lideram as exclusões no Facebook
Se você está no Facebook já há alguns anos, é provável que sua lista de amigos tenha saído do seu controle.
Publicado na BBC Brasil
Talvez você conheça mais detalhes sobre um ex-colega de escola do que no tempo em que estudavam juntos. Parece-lhe estranho olhar para fotos dele embora vocês não se falem há dez anos. E você ainda se sente incomodado pelos comentários dele sobre política. Você não está sozinho: este é o candidato perfeito para ser removido da sua lista de amigos.
Dois estudos da Universidade de Denver, no Colorado (EUA), jogam uma nova luz sobre o tipo de amigo que é excluído do Facebook e as reações emocionais à esta situação.
Os principais tipos de pessoas que são excluídas são: colegas do ensino médio, amigos do amigo, colegas de trabalho e amigos com interesses comuns.
Os estudos mostram que o “líder” em exclusão são os conhecidos do ensino médio.
“A forma mais comum de excluir um ex-colega do ensino médio é porque geralmente elas postam comentários sobre assuntos polêmicos, como religião ou política”, diz o autor, Christopher Sibona, do programa de Ciência da Computação e Sistemas de Informação Universidade de Denver.

Os mais excluídos

  1. Ex-colegas do ensino médio
  2. Amigos do amigo
  3. Colegas de trabalho
  4. Amigos com interesses comuns
“Outro grande motivo para exclusão de amigos é quando estes publicam coisas pouco interessantes”, disse ele.
Sibona analisou o fenômeno da exclusão de amigos, que em inglês tem uma palavra só mais contundente: “unfriend” (algo como “desamigar”, em um neologismo).
“Vimos que as pessoas muitas vezes excluem colegas de trabalho devido a suas ações no mundo real e não pelo que eles postam no Facebook”, diz Sibona.
Ambos os estudos são baseados em uma pesquisa com 1.077 pessoas e foram apresentados durante uma conferência no Havaí.

Reação

Como superar a eliminação?

“Ser excluído no Facebook é como ser expulso de um campo para gordos por ser muito gordo. E feio. Feio e gordo”, brinca o site de tecnologia Gizmodo, que dá algumas dicas para superar a exclusão:
  • Ser deletado é saudável. É uma coisa normal, perfeitamente racional que as pessoas fazem no Facebook o tempo todo. É emocionalmente impossível que uma pessoa tenha centenas de amigos ao mesmo tempo.
  • Deixe o episódio passar mas, se um dia vocês se encontrarem pessoalmente, olhe-o com uma expressão “eu sei o que você fez”. Será um momento de pânico e culpa recíproco.
  • Coloque-os em evidência. Esta é a parte divertida. Se você realmente não se importa com o que essas pessoas pensam de você, exponha-as publicamente como o que realmente são: tolas cruéis. Elas entrarão em choque e pedirão desculpas. Lembre-se: não há nada de errado com um pouco de vingança online.
Fonte: Gizmodo
Além de analisar os perfis mais prováveis a serem excluídos, Sibona investigou as reações dos eliminados e encontrou uma gama de emoções ligadas a esta situação, que vai de raiva ao riso.
As reações mais comuns foram “fiquei surpreso”, “isso me incomodou”, “ri” e “fiquei triste”.
O que determina a reação é, claro, o quão próximo você é deste amigo que te excluiu, diz Sibona. “Você pode ficar triste ou preocupado se o seu melhor amigo te excluir”.
“O custo de manter amizades é muito baixo, por isso, se alguém faz um esforço consciente para apertar um botão para se livrar de mim, isso pode machucar”, diz o pesquisador.
O estudo descobriu que existem dois fatores que fazem um usuário se sentir mal: se o eliminado for um amigo próximo daquele que o eliminou e até que ponto a pessoa deletada observava o perfil do agora “ex-amigo”.
A pesquisa revelou que a exclusão ocorre com mais frequência entre amigos que alguma vez foram próximos do que entre aqueles que são apenas conhecidos.

sábado, 26 de abril de 2014

20 coisas que você não sabia sobre viagens de avião

Ana Freitas, na Galileu
Que Viagem vai ser um blog sobre viagens – mas aqui você não vai encontrar roteiros e dicas do que fazer (até porque todo mundo faz isso). O que a gente quer é mostrar os aspectos curiosos e inesperados de tudo que envolve uma viagem, desde o jeito mais eficiente de arrumar uma mala até particularidades e bizarrices culturais dos países que eu visito por aí. História não falta, mas a gente vai estrear com algo que interessa pra quase todo mundo esses dias: os bastidores das viagens de avião.
Um dos tópicos mais legais no Reddit nos últimos tempos é um que pergunta  a pilotos de avião e atendentes de voo quais os segredos mAis bem guardados da indústria de aviação. Algumas respostas vão mudar a maneira como você enxerga algumas das coisas que fazem parte da rotina de pegar um avião. Selecionamos as mais interessantes. Dá uma olhada:
1. O que você realmente precisa saber sobre as máscaras de oxigênio:
“Se as máscaras de oxigênio caírem, você só tem cerca de 15 minutos de oxigênio a partir disso. Mas isso é mais do que suficiente pro piloto baixar a uma altitude onde seja possível respirar normalmente.”
“Mais importante: em grandes altitudes, você tem de 15 a 20 segundos antes de desmaiar. Então coloque sua máscara primeiro, e depois cuide das crianças. Desmaiar por alguns segundos não vai prejudicá-las.
2. Jamais, em hipótese nenhuma, beba a água dos banheiros:
“Nunca beba a água do banheiro – na verdade, lavar as mãos com ela já é bem ruim. Nós limpamos os tanques de água periodicamente, mas parasitas ficam tolerantes aos desinfetantes.”
“Jamais beba água em uma aeronave que não tenha saído de uma garrafa. Nem sequer a toque. É que as portas para tirar a água potável do avião e os dejetos ficam muito perto uma da outra e frequentemente são manuseadas de uma vez, e pelo mesmo cara. Não é sempre, mas não dá pra ter certeza.”
“A água de beber, usada pra fazer café e chá, não deveria ser consumida NUNCA. Os tanques que transportam essa água chegam a ter 60 anos e nunca são limpos – chegam a ter tanto musgo acumulado nas paredes que em alguns lugares o musgo tem alguns centímetros de espessura.”
3. O que os olhos veem…:
“Dê uma olhada no estado externo da aeronave. Se a pintura estiver em mau estado, o avião está em mau estado. Skydrol, o fluido hidráulico da aeronave, dissolve qualquer coisa. Então se a pintura estiver corroída, é provavelmente porque rolou um vazamento de fluído, o que não é uma boa coisa a 35 mil pés de altura porque não dá pra parar e encher o tanque de novo.”
4. A verdadeira razão pela qual eles apagam as luzes:
“Quando um avião aterrissa à noite, as luzes são apagadas pra acostumar seus olhos à escuridão caso o avião precise ser evacuado em uma emergência. Com a visão habituada ao escuro, será mais fácil enxergar à noite.”
5. O poder absoluto do piloto:
“Se um passageiro estiver causando algum problema mesmo antes de embarcar, o piloto pode se recusar a permitir que ele embarque.”
“O capitão tem autoridade máxima quando as portas se fecham. Ele pode prender gente, multar e até fazer oficialmente o testamento de um passageiro que estiver morrendo.”
6. Uma história de ameaça real de bomba:
“Tenho um amigo que é piloto comercial. Cerca de cinco anos atrás ele estava voando de LA para Tóquio quando houve uma ameaça de bomba por telefone enquanto eles sobrevoavam o Pacífico. Aparentemente eles têm procedimentos pra esse tipo de coisa, mas não havia nada que pudesse ser feito numa situação como essa exceto ficar calmo e não falar nada aos passageiros, obviamente. Ele disse que no resto do voo qualquer turbulência fazia o coração acelerar. Eles levaram isso especialmente a sério porque tinha um grupo de dignatários estrangeiros na primeira classe.”
7. A comida:
“Meu pai trabalha pra uma grande companhia aérea. Ele me conta que:
- Os dois pilotos diferentes comem duas refeições completamente diferentes. É pra reduzir as chances de intoxicação alimentar.
- Roubar comida, mesmo se for algo que seria jogado fora, pode causar demissão instantânea. Você pode pedir pro seu supervisor, mas não pode simplesmente pegar a comida. Eles não querem a galera zuando tudo.”
8. Se puder, evite levar seus animais:
“Eu trabalho pra uma empresa de combustíveis de aviões. Uma coisa que não dá pra não falar é a maneira como os animais de estimação são tratados. Sua companhia aérea pode garantir o melhor tratamento possível, mas algumas coisas não podem ser evitadas, como o barulho no compartimento. Eu não aguento aquilo sem proteção auricular, então imagine o seu bichinho lá esperando para entrar no avião, sendo exposto ao mesmo ruído que eu sou incapaz de aguentar. Por favor, pensem duas vezes antes de voar seus animais.”
9. Sobre a aterrissagem:
“Quando você experienciar uma aterrissagem pouco suave em mau tempo não é por falta de habilidade do piloto, mas é provavelmente de propósito. Se a pista de pouso estiver cheia de água, o avião precisar tocá-la com força para dispersar a camada de água e evitar aquaplanagem.”
“Uma aterrissagem nada mais é que uma queda controlada”, diz um piloto amigo meu.”
10. Grande companhia aérea significa pilotos com experiência? Pense de novo:
“Sou piloto de uma empresa aérea regional. Seu bilhete pode ser da Delta, da United ou da American Airlines, mas as chances são grandes de que seu piloto seja terceirizado. Nesse caso, os pilotos têm 1/3 da experiência, treinamento e salário de uma empresa grande. Além disso, meu salário não é bom o suficiente para me importar se você vai conseguir chegar a tempo pra sua conexão. Na maior parte do tempo a gente voa mais devagar que o normal pra ganhar mais.”
11. Eletrônicos ligados não vão derrubar um avião:
“Aparelhos eletrônicos ligados não vão derrubar um avião, mas podem atrapalhar muito o piloto. Imagine estar sentado diante do painel, aterrissando no destino, e ter que ouvir interferência de mais de 100 celulares pegando sinal. Eu cheguei a perder informações que vinham da central de controle uma ou duas vezes desse jeito.”
12. Quer saber como suas malas são realmente tratadas?
“Se estiver escrito ‘frágil’, vão jogar com mais força. Se tiver escrito ‘esse lado pra cima”, vai ser colocado com o lado em questão pra baixo. Temos que fazer caber mais de 100 malas além da carga num compartimento de bagagem. Precisa caber e vamos fazer o que for preciso pra isso. Mas eu vou dizer que quando eu vejo uma tag de bagagem dizendo ‘eu <3 carregadores de bagagem eu tomo conta direitinho das coisas.”
13. Tudo é muito sujo.
“Trabalhei pra Southwest como atendente de voo. Os cobertores e travesseiros? A gente só dobra de novo e coloca nos saquinhos entre os voos. Os únicos novos e lavados que eu já vi foram em voos que eram os primeiros do dia saindo de uma cidade com provisões. Além disso, as bandejas na frente de cada assento são super sujas. Eu já vi mais fraldas sujas nessas bandejas do que comida propriamente. E as bandejas nunca são desinfetadas ou limpas nem sequer uma vez.”
14. A maioria dos voos também leva orgãos humanos.
“Na maior parte dos voos domésticos [nos EUA] há restos mortais ou orgãos. Eu trabalho como carregador de bagagem debaixo da asa do avião. Olhe pela janelinha por umas caixas longas que digam ‘Head’ de um dos lados…”
15. Aeroportos ainda não são totalmente seguros.
“Há buracos na segurança que, se fossem conhecidos por todo mundo, fariam com o que o cidadão médio conseguisse chegar perto de aviões, da pista de pouso e de taxi. Como qualquer sistema, se você souber como funciona, você saberá onde estão as falhas.”
16. Aviões sem motor podem planar.
“Um piloto me contou que se os dois motores falharem, um avião pode planar por 6 milhas náutica pra cada 5 mil pés de altura. Ou seja, a 35 mil pés, um avião pode planar por cerca de 70 quilômetros sem energia. É por isso que a maioria dos acidentes acontecem na aterrissagem ou na decolagem.”
17. Em um dia quente, voar pode ser uma fria.
“Trabalhei como carregador de bagagem em Phoenix. Em dias muito quentes, tínhamos que tirar bagagem do compartimento porque os aviões tinham mais dificuldade de decolar no ar quente.”
18. Até os fones de ouvido que vem embrulhadinhos não estão limpos.
“Eu costumava trabalhar pra um galpão que supria uma certa companhia aérea com alguns itens. Os fones de ouvido que dão pra vocês no embarque não são novos, apesar de estarem lacrados. Eles são tirados do avião, ‘limpos’ e então lacrados de novo.”
19. Do chão, dá pra saber se um avião está sequestrado.
“Se o avião estiver sendo sequestrado, quando o piloto aterrissar o avião ele deixará os flaps da asa levantados. Isso é o sinal para o aeroporto de que há algo esquisito no avião.”
20. Se não é permitido fumar, porque tem cinzeiros nos banheiros?
“É um equipamento obrigatório das agências que existe desde a proibição de fumo nos voos. O motivo é que se as pessoas fumarem mesmo assim, é preciso ter um lugar seguro pra jogar a bituca, assim ela não gera outros acidentes.”

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Lista reúne ‘Sr. Cocaína’ e mais casos de pessoas com nomes curiosos

Publicado no G1
‘Sr. Cocaína’ preso com drogas
Um americano deixou um juiz incrédulo durante uma audiência na Flórida, nos EUA, ao se apresentar como Edward Cocaine enquanto era acusado de posse de substâncias controladas. Um oficial do tribunal chegou a verificar a informação a pedido do juiz, e confirmou o dado ao olhar a carteira de habilitação de Edward.
Juiz John Hurley ficou impressionado ao interrogar suspeito com sobrenome 'Cocaína' (Foto: Reprodução/YouTube/Jim Browski)
Juiz John Hurley ficou impressionado ao interrogar suspeito com sobrenome ‘Cocaína’ (Foto: Reprodução/YouTube/Jim Browski)
Cansado de piadas
O jovem chileno Shakespeare Mozart Armstrong Correa Pérez nunca imaginou que cumprir seu dever cívico e votar o trariam tanto constrangimento. Ele entrou com uma queixa na Justiça por causa das piadas feitas com seu nome nas redes sociais
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‘Batman filho do Super-Homem’ é preso
Um homem chamado Batman bin Suparman foi condenado em 2013 a dois anos e nove meses de cadeia em Cingapura. O homem, cujo nome significa Batman filho do Super-Homem no idioma malaio, foi preso por vários crimes, incluindo ter roubado o cartão de seu irmão para realizar saques em caixas eletrônicos
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‘Harley-Davidson’ dirigindo bêbada
Já em outubro de 2013, uma mulher que estava dirigindo bêbada foi parada pela polícia da Flórida (EUA) e, quando os oficiais viram sua habilitação, constataram que a americana tinha o sobrenome de uma empresa norte-americana que fabrica motocicletas. Heather Dawn Harley-Davidson acabou detida por dirigir embriagada e levada à cadeia do condado de St. Johns.
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Sobrenome longo
O Departamento de Transportes do Havaí (EUA) decidiu aumentar o espaço para nomes em carteiras de motorista e identidade depois que uma mulher, Janice Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele, ficou revoltada por não ter o nome completo impresso em seus documentos. A americana entrou na justiça ao se negar a voltar a utilizar o nome de solteira, já que o sobrenome longo era do marido, que faleceu em 2008.
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Solo de bateria
Em agosto de 2013, um homem de 32 anos voltou a ser preso nos EUA por posse de drogas, e chamou a atenção novamente por seu nome: Beezow Doo-Doo Zopittybop-bop-bop, com uma pronúncia que se assemelha a um solo de bateria. Segundo a polícia, foi o próprio homem que mudou seu nome para a mistura de onomatopeias. Antes, ele se chamava Jeffrey Drew Wilschke.
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Desfile do Super-Homem
O americano Joseph H. Horn, cujo nome legal é “Superman J.H. Horn”, costuma sair fantasiado de “Super-Homem” e, em abril de 2013, o “Super-Homem” foi fotografado em estádio antes de um jogo beisebol entre Chicago White Sox e Cleveland Indians, em Chicago (EUA)
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‘Bart Simpson’ julgado por ‘Mr. Burns’
No tribunal de Warwick Crown, na Inglaterra, um réu chamado Barton Simpson, de 56 anos, foi julgado por juiz com nome “Mr. Burns”, deixando as pessoas presentes no julgamento espantadas com a semelhança dos nomes com personagens do famoso desenho animado norte-americano.
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Bebê Hashtag
Nos EUA, um casal que aparentemente adorava o Twitter teria batizado em novembro de 2012 a filha de “Hashtag” Jameson, termo utilizado para definir tópicos ou palavras-chave na rede social, que são precedidas por uma cerquilha (#). ““Hashtag Jameson nasceu às 10h da noite passada”, escreveram os pais da criança.
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domingo, 20 de abril de 2014

Em propaganda, hospital na Suécia oferece vagas a enfermeiras sensuais

Publicado originalmente no Opera Mundi
O diploma em enfermagem e uma vasta experiência na profissão podem não ser credenciais suficientes para se obter um emprego em um hospital da Suécia. O Hospital Geral do Sul de Estocolmo entrou em uma polêmica no país nórdico após veicular um anúncio publicitário procurando enfermeiras sensuais – e com senso de humor. As informações são do jornal The Local.
“Você será motivada, profissional e terá senso de humor. E, claro, você será atraente como uma estrela de TV com belos quadris. Se você for estudante de enfermagem, você será bem-vinda para um emprego temporário de verão no setor de emergência do Södersjukhuset(nome do hospital em sueco)”, diz o anúncio.
Oficialmente, no entanto, os diretores da instituição afirmam que o anúncio foi apenas uma maneira de chamar atenção. “Todos sempre escrevem ‘Procura-se substitutas durante o verão’. Nós queríamos um título mais atraente”, afirmou o diretor de efermagem do hospital, Mats Glaser, ao jornal Focus, da associação de enfermeiros local.
Segundo Glaser, “está claro” que o hospital não levará a aparência das pessoas em consideração como critério de contratação. “Queremos que as pessoas fiquem curiosas e tenham imaginação”, disse a enfermeira Elizabeth Gaufin à edição local do jornal Metro News.
“Acho que as pessoas entenderam que o que escrevemos foi apenas para chamar a atenção, sem qualquer repercussão negativa, diz o gerente de enfermagem Jorgen Andersson ao The Local. “Claro que ser bonita não é critério. Fizemos um anúncio e obtivemos um ótimo retorno. Mas queremos uma enfermeira que seja qualificada e boa em sua profissão, independente de sua aparência”.


Os comentários dos leitores do The Local, no entanto, não demonstram o mesmo grau de otimismo pela aprovação. Muitos consideraram o anúncio desrespeitososexista ediscriminatório. Outros, de bom humor, escreveram que procurar estagiárias bonitas é desnecessário, já que estão na Suécia.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Escola suspende aluna que raspou a cabeça para apoiar amiga com câncer

Justificativa é que atitude viola o código de vestimenta do colégio dos EUA.
Após repercussão negativa, escola voltou atrás na decisão.
Kamryn Renfro, de 9 anos (à esquerda), raspou a cabeça em apoio a Delaney Clemente, de 11 anos, que faz quimioterapia para combater o câncer (Foto: AP/Arquivo pessoal)
Kamryn Renfro, de 9 anos (à esquerda), raspou a cabeça em apoio a Delaney Clemente, de 11 anos, que faz quimioterapia para combater o câncer (Foto: AP/Arquivo pessoal)
Publicado por G1
Uma escola dos Estados Unidos suspendeu uma aluna de 9 anos que raspou toda a cabeça em solidariedade a uma colega que luta contra o câncer. Kamryn Renfro ficou careca para apoiar Delaney Clements, que está passando pelo tratamento de quimioterapia. A escola, que fica no município de Grand Junction, no Colorado, no entanto, alegou que Kamryn quebrou as regras de vestuário da escola, nas quais todos os alunos devem seguir um “padrão” que não desvie a atenção dos outros estudantes.
“Será que o comprimento do cabelo das crianças irão necessariamente afetá-los em sala de aula?”, questionou Jamie Renfro, mãe de Kamryn. “Eu realmente duvido disso.”
A mãe de Kamryn, Jamie Renfro, iniciou campanha nas redes sociais em apoio à decisão da filha Foto: Christopher Tomlinson/The Grand Junction Daily Sentinel/AP)
A mãe de Kamryn, Jamie Renfro, iniciou campanha
nas redes sociais em apoio à decisão da filha
Foto: Christopher Tomlinson/The Grand Junction
Daily Sentinel/AP)
Em entrevista à US TV, Kamryn explicou que decidiu cortar os cabelos depois de ver a amiga Delaney, de 11 anos, enfrentando as consquências da quimioterapia: perda de cabelos, náuseas, fadiga, e perda de apetite. “Me pareceu a coisa certa a fazer”, disse Kamryn.
Delaney gostou da atitude da colega. “Me senti muito bem. Às vezes as pessoas me chamam de menino, e fiquei feliz em saber que teria alguém para me apoiar em cada passo”, afirmou.
A decisão da escola de suspender Kamryn levou a mãe da menina a iniciar uma campanha nas mídias sociais para chamar a atenção para o caso. Depois da repercussão, o conselho escolar, formado por pais e professores, decidiu nesta terça-feira (15) voltar atrás e permitir que Kamryn volte a frequentar a escola.
O caso ganhou forte repercussão nos Estados Unidos e abriu a discussão sobre estes “dress codes” (códigos de vestuário) que as escolas impõem. Algumas escolas proibiram as alunas de usar calças legging, a menos que coloquem uma saia por cima. Assim, não chama tanto a atenção dos meninos.
Delaney recebeu a visita de Kamryn em hospital do Colorado (Foto: AP/Arquivo pessoal)
Delaney recebeu a visita de Kamryn em hospital do Colorado (Foto: AP/Arquivo pessoal)
Escolas dos EUA só permitem que meninas usem calça legging se colocarem uma saia por cima (Foto: Tween Brands/AP)
Escolas dos EUA só permitem que meninas usem calça legging se colocarem uma saia por cima (Foto: Tween Brands/AP)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Desvalorização’ do parto normal torna o Brasil líder mundial de cesáreas

Brasil é líder de cesáreas; no parto normal, bebê vai direto para o colo da mãe (foto: BBC)
Brasil é líder de cesáreas; no parto normal, bebê vai direto para o colo da mãe (foto: BBC)
Publicado por BBC Brasil [via Folha de S.Paulo]
Quando a fotógrafa Daniela Toviansky, de 35 anos, ficou grávida, passou a frequentar aulas de hidroginástica com outras gestantes em estágios próximos de gravidez. Ela lembra que, entre uma aula e outra, todas manifestavam um desejo em comum: ter filhos por parto normal. “Todas acabaram fazendo cesárea”, conta Daniela, que se tornou a exceção. Seu bebê, Sebastião, nasceu após 40 semanas de gestação e da forma como ela queria.
O que aconteceu com as colegas da fotógrafa é uma amostra fiel da situação vivida por muitas grávidas no Brasil hoje, especialmente entre as classes mais altas, em um processo que muitos especialistas vêm chamando de “a indústria da cesárea brasileira”.
Com 52% dos partos feitos por cesarianas – enquanto o índice recomendado pela OMS é de 15% -, o Brasil é o país recordista desse tipo de parto no mundo. Na rede privada, o índice sobe para 83%, chegando a mais de 90% em algumas maternidades. A intervenção deixou de ser um recurso para salvar vidas e passou, na prática, a ser regra.
Um caso extremo chamou a atenção há três semanas, quando a gaúcha Adelir Lemos de Goes, uma mãe de 29 anos de Torres (RS), foi obrigada por liminar da Justiça a ter seu bebê por cesárea. Ela foi levada à força ao hospital quando já estava em trabalho de parto, provocando debates acalorados sobre até onde a mãe o poder de decisão sobre o próprio parto.
O caso também levou centenas de pessoas a saírem às ruas, em cidades do Brasil e do exterior, para protestar na última sexta-feira. A manifestação foi batizada de “Somos Todas Adelir – Meu Corpo, Minhas Regras.”
Mas por que e desde quando o Brasil começou a mergulhar nesta verdadeira epidemia de cesáreas? Falhas profundas na regulamentação do sistema de saúde do país e uma lógica perversa na gestão de profissionais e obstetras que, por questões financeiras, acabaram perdendo o hábito de fazer partos normais são algumas das causas, agravadas principalmente pela falta de informação que cerca o assunto.
DESINFORMAÇÃO
Uma pesquisa feita pela Fiocruz (“Trajetória das mulheres na definição pelo parto cesáreo”) acompanhou 437 mães que deram à luz no Rio, na saúde suplementar. No início do pré-natal, 70% delas não tinham a cesárea como preferência. Mas 90% acabaram tendo seus filhos e filha assim – em 92% dos casos, a cirurgia foi realizada antes de a mulher entrar em trabalho de parto.
O levantamento dá a medida de que, em algum estágio dos nove meses de gestação, algo fez a mulher mudar de ideia. As pesquisas da Fiocruz mostram a “baixa informação recebida pelas mulheres em relação às vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de parto e a baixa participação do médico como fonte desta informação”.
O estudo e os profissionais de saúde ouvidos pela BBC apontam que as grávidas, de todas as classes sociais, estão longe de estarem bem informadas.
Poucas mães e futuras mães sabem, por exemplo, que as cesáreas aumentam o risco de um bebê nascer prematuro (com menos de 37 semanas de gestação). Isso porque muitos partos são marcados para essa idade gestacional e, como há possibilidade de erro de até uma semana, o bebê pode ser ainda mais novo. A esmagadora maioria destas intervenções não é feita de forma emergencial, mas, sim, programada.
Além de ser a causa de mais da metade das mortes de crianças no país, a prematuridade pode trazer uma série de riscos para o bebê, especialmente doenças respiratórias e dificuldade de mamar. Eles também não se beneficiam do fato de entrar em contato com hormônios benéficos, liberados apenas em certos estágios do trabalho de parto.
No Brasil, 15 milhões dos bebês nascidos em 2010 eram prematuros, o equivalente a 11,7%, segundo uma pesquisa conjunta feita pelo governo e o Unicef. O índice, que coloca o Brasil na décima posição entre os países com mais prematuridade, é mais alto nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste – justamente as que têm mais cesarianas, o que pode indicar uma relação entre os dois fatores.
Além disso, a falta de informação no pré-natal faz com que não haja espaço para esclarecimentos de como a mulher pode lidar com a dor ou outros aspectos, como o que exatamente vai acontecer no parto e como se preparar.
“Muitas vezes, o médico não explica questões sexuais para a grávida, por exemplo”, conta Etelvino Trindade, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). “Então elas vão se informar com a vizinha, a avó, a prima… e elas sempre têm uma história sobre o parto normal, seja ela escabrosa ou apenas mentirosa. É bastante arraigada a noção de que o parto normal vai deixar a mulher ‘larga’ e, assim, sexualmente inadequada. A cesárea é uma alternativa à esse medo. Mas isso acontece porque há um tabu em se falar sobre esses temas e porque hoje o médico é muito técnico. É um curador, não um cuidador.”
FALHAS NO SISTEMA DE SAÚDE
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, a “indústria da cesárea” começou a se formar há 40 anos. “A epidemia de cesarianas começa na década de 70, quando ela começou a ser vendida como solução (de cirurgia única) para a esterilização definitiva, a laqueadura das trompas”, explica a obstetriz Ana Cristina Duarte, uma das principais vozes do movimento de humanização do parto no país.
O ginecologista Etelvino Trindade, presidente da Febrasgo, acrescenta outro fator ocorrido naquela época, decorrente da criação de instâncias do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), que passaram a determinar que um médico só recebia se participasse efetivamente do parto.
“Até então, o bebê nascia com a obstetriz e o obstetra supervisionava, entrava se houvesse alguma intercorrência, como acontece em países europeus até hoje”, diz Trindade. “Mas as regras mudaram e ele passou a precisar estar sempre na sala de parto (para receber). E, assim, o quadro começou a mudar.”
Já na década de 80, segundo Ana Cristina, acontece a dicotomização das taxas de cesárea diferenciadas no setor público e privado. “É nessa década que as taxas do setor público aumentam um pouco, porém a do setor privado salta para níveis alarmantes. Nas décadas seguintes, cada vez mais brasileiros têm aderido ao setor privado, fazendo as taxas globais brasileiras saltarem para os níveis atuais.”
Braulio Zorzella, ginecologista defensor do parto normal e pesquisador da área, diz que “a grande vilã, o carro-chefe dos culpados, é a ANS”. A Agência Nacional de Saúde é a reguladora dos planos de saúde do Brasil.
Segundo ele, quando a agência hierarquizou os procedimentos, acabou chancelando uma tabela já em vigor que remunerava de maneira discutível o parto – regras mantidas até hoje.
“Todos os valores foram sendo achatados e, em um determinado momento, não valia mais a pena para um médico fazer parto normal, financeiramente falando.”
Apesar de na rede pública o obstetra ganhar um pouco a mais pela cesárea e, na privada, um pouco a mais pelo parto normal, a diferença de valores é mínima. Ou seja, um profissional recebe quase a mesma coisa para fazer uma cesárea, que dura cerca de 3 horas, e um parto normal, que pode muito bem passar das 12 horas.
“Se você paga R$600 por um parto [na rede privada], o médico prefere fazer uma cesárea e ganhar quase o mesmo do que passar a noite trabalhando”, diz Renato Sá, ginecologista e obstetra, Vice-Presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj).
Para Ana Cristina, o cenário faz com que a cesariana marcada com antecedência seja mais vantajosa, por conta da imprevisibilidade do parto normal. “[Com a cesárea marcada], não só o médico não perde tempo, como ele também não precisa desmarcar compromissos, consultas no consultórios, viagens, etc”.
Questionada duas vezes pela BBC sobre as pequenas diferenças pagas aos médicos em partos normais e cesarianas, a ANS respondeu que “recentemente, ocorreram diversos avanços na política do setor no que diz respeito a esse tema, como, por exemplo, a criação do Comitê de Incentivo às Boas Práticas entre Operadoras e Prestadores.”
DESVALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
As mudanças do sistema de saúde nos anos 70 e 80 contribuíram também com a desvalorização de outros profissionais ligados ao parto.
Para Trindade, presidente da Febrasgo, as mudanças no INPS incentivaram a presença constante dos ginecologistas durante o parto e acabou desvalorizando profissionais como as parteiras, obstetrizes e enfermeiras especializadas.
Em muitos hospitais, hoje, não há uma equipe obstétrica completa e treinada para auxiliar o parto normal.
“A estrutura humana dos hospitais, em geral, é bem ruim”, diz Braulio Zorzella. “Não há uma equipe transdisciplinar, com enfermeira obstetra, obstetriz, doula e anestesistas trabalhando juntos. Essa seria a formação ideal para ajudar a mulher durante o trabalho de parto.”
Segundo ele, outro agravante é que, em hospitais ligados a convênios, não há profissionais especializados de plantão 24 horas por dia. O principal problema apontado por médicos ouvidos pela reportagem é a falta de anestesistas, que muitas vezes trabalham em esquema de sobreaviso – não ficam na instituição, são chamados somente em caso de urgência.
Muitas vezes, demandas de anestesia em partos não são consideradas fortes suficiente para chamar o médico em casa, criando um cenário com duas principais consequências.
A primeira, recorrente na rede privada: com o risco de chegar em um hospital e não encontrar um anestesista, mulheres e médicos preferem marcar a cesárea com antecedência.
“E a ANS permite que planos tenham hospitais conveniados sem essas equipes obstétricas de plantão, alimentando a indústria”, diz Zorzella.
Já a segunda consequência é característica da rede pública: quando a mulher que precisa e quer anestesia não a recebe.
Para Zorzella, “parte dos partos, especialmente os induzidos com ocitocina, viram uma tortura se não houver anestesia.”
A dor aguda, sem nada para amenizá-la, faz com que muitas mulheres passem por experiências traumáticas no parto normal, ampliando a crença de que este é um método com dores insuportáveis e que, por isso, a cesárea seria uma melhor opção.
De acordo com o Ministério da Saúde, em uma cesariana feita pelo SUS a mulher tem direito a contar com o anestesista de plantão.
“No caso do parto normal, o Ministério recomenda que, antes de ofertar uma analgesia de parto, o hospital deve ofertar os métodos não farmacológicos de alívio da dor, que oferecem menos riscos e podem resolver o problema da sensibilidade a dor sem os riscos da analgesia. Esses métodos incluem apoio contínuo, liberdade de movimentação e adoção de posições, acesso a água – como chuveiro e banheira – acesso a escada de ling, ao cavalinho e banquinho, que são instrumentos de fisioterapia para adotar outras posições para o parto normal, além do apoio pela doula, a ambiência da maternidade e a privacidade”, afirmou o órgão em nota enviada à BBC.
O Ministério da Saúde também informou que não recomenda o uso de ocitocina para aceleração do parto e lembrou que o governo vem tentando combater o número crescente de cesáreas, com iniciativas como a criação da Rede Cegonha e das chamadas Casas de Parto, que têm como metas incentivar o parto normal humanizado.
FALTA DE LEITOS
“Perdemos 20 mil leitos hospitalares em ginecologia e obstetrícia”, afirma Trindade, da Febrasgo. “Sem a garantia de que terá uma vaga em um hospital quanto entrar em trabalho de parto, muitas mulheres e médicos preferem não correr esse risco”, diz o ginecologista, em referência a um problema similar ao da falta de anestesistas.
Pedro Octávio de Britto Pereira, obstetra e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) concorda que há cada vez menos maternidades e vagas para parto. “E uma forma de garantir uma vaga em um bom hospital é marcar e fazer cesárea.”
Se, por um lado, para o plano de saúde é bom que haja centro obstétrico (para poder colocar mais maternidades conveniadas em sua listagem), para os hospitais não é interessante financeiramente. “Usar o espaço físico para colocar aparelhos sofisticados, como um tomógrafo, rende muito mais para o hospital”, afirma Trindade. Pereira concorda: “O parto privado não dá lucro aos hospitais. Os hospitais preferem procedimentos mais complexos.”
Segundo o médico Francisco Balestrin, presidente do conselho de administração da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), não houve queda significante nos leitos de hospitais privados da associação, pois em sua maioria são hospitais gerais, ou seja, de diversas especialidades.
FORMAÇÃO DO MÉDICO
A crença de que cesárea é opção válida não apenas para casos de emergência é, não raramente, reforçada em faculdades. “Como são feitos cada vez menos partos normais, há menos chances de treinar os novos médicos, que não se sentem habilitados a fazer esse tipo de parto por não dominar todas as técnicas necessárias para isso. Junta a fome com a vontade de comer”, avalia o ginecologista Renato Sá.
Outro fator (que faz o médico optar pela cesárea) é a judicialização da medicina. “O médico é responsável por qualquer coisa que acontece, então, quando chega numa situação de risco, ele opta pela cesárea porque se houver uma fatalidade ou complicação será questionado por que não fez isso. Isso gera um medo nos médicos em tentar o parto normal”, explica Sá.
Com todo o quadro encontrado pelos ginecologistas – com má remuneração, equipe auxiliar falha, faculdades que preparam pouco e judicialização – muitos médicos acabaram se convencendo de que uma cesariana é a melhor opção para muitas mulheres.
“E no Brasil, a palavra do médico é sempre a que vale mais. Mais do que a da grávida em si, por exemplo. E assim médicos influenciam – e muito – a opinião pública, colaborando para a epidemia de cesárea”, diz Zorzella.
A opinião é reforçada pelo estudo da Fiocruz, que apontou o peso da opinião médica e a falta de interesse desse profissional pelo parto normal como motivos da desinformação das mães e pais sobre o tema.
“É importante ressaltar que esse processo de tomada de decisão pelo tipo de parto se dá numa relação de poder que se estabelece no diálogo entre o médico e a mulher, e que muitas vezes inibe qualquer questionamento da decisão do profissional”, afirmam os pesquisadores da Fiocruz. “A mudança do tipo de parto, em relação à preferência anterior, parece moldada pela conduta intervencionista do médico.”
Casos como o de Adelir, em Torres, e o crescimento, ainda que tímido, de movimentos pelo parto humanizado e centrado na mãe (não no médico) fazem com que os especialistas da área debatam e busquem maneiras para trazer o índice de cesáreas para baixo.
Zorzella acredita ser necessário que a ANS estabeleça metas para que seja reduzido em 5% ao ano o número de cesáreas na rede privada. Outros dizem que é preciso trabalhar com os estudantes de medicina para se voltar a incentivar o parto normal, analisando dados e métodos de países (em regra, ultradesenvolvidos) onde há muito menos cesáreas – na Holanda, por exemplo, o índice gira em torno de 10%.
A opinião geral passa sempre por uma profunda revisão no sistema para ajudar a mulher a se informar melhor sobre o parto e buscar a melhor decisão. “O fornecimento deinformações às mulheres, antes e durante a gestação, deve ser um caminho a ser trilhado na tentativa de reverter este quadro (de cesáreas em excesso)”, afirma o estudo da Fiocruz.